Metalúrgicos do ABC param produção na Volkswagen e Mercedes-Benz

Categoria terá assembleia neste sábado (11). Por falta de proposta, ato deve se tornar protesto por reajuste compatível com outros setores

São Paulo – Metalúrgicos da Volkswagen e da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista, interromperam atividades na quarta-feira (8) em protesto contra a falta de proposta das montadoras na campanha salarial. A paralisação na Volkswagen que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, envolveu cerca de 6.500 trabalhadores da produção, aconteceu a partir das 6h, depois de assembleias nas áreas, e permaneceu até as 8h.

No sábado (4), trabalhadores no Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos), Grupo 8 (trefilação e laminação de metais ferrosos, condutores elétricos, artefatos de ferro e outros setores) e em empresas de fundição aprovaram em assembleia proposta que prevê 9% de reajuste salarial, incluindo, segundo o sindicato, o maior aumento real dos últimos anos. No Grupo 3, por exemplo, o reajuste de 9% vale até o teto de R$ 5.300,00; acima desse valor, será aplicado reajuste fixo de R$ 477,00.

“Todo os anos as montadoras são as primeiras a fechar o acordo, mas agora elas dizem que não podem acompanhar os acordos feitos nos outros grupos, como nas autopeças. É um absurdo e só nos resta pressionar”, disse José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, coordenador da Comissão de Fábrica na Volkswagen. “Só o silêncio das máquinas fará o grupo patronal escutar a nossa reivindicação de um acordo semelhante aos já assinados. Se os outros grupos podem, as montadoras também podem”, acrescentou.

Negociações

Após a manifestação na Volkswagen, cerca de 800 trabalhadores nos setores de montagem de ônibus e carros (CKD), de câmbio, revisão e complementação de veículos na Mercedes-Benz, também pararam a produção e realizaram uma passeata de protesto dentro da fábrica.

Valter Sanches, diretor de comunicação do sindicato, falou sobre o bom momento econômico que as montadoras atravessam e reclamou da falta de propostas do setor. “Por incrível que pareça este ano elas ficaram para trás na hora de fechar o acordo”, afirmou.

Moisés Selerges, coordenador do sindicato em São Bernardo, alertou que as reclamações são grandes, mas que o poder de luta da categoria também é. “Se o aumento não vier, iremos para a briga”, garantiu.

A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT realiza três rodadas de negociação com as montadoras antes da assembleia no próximo sábado (11), na sede do sindicato. Elas começaram na quarta (8) e continuam nesta quinta (9) e sexta-feira (10).

Com informações da Tribuna Metalúrgica

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