Metalúrgicos do ABC aprovam reajuste de 9% para autopeças

Nas montadoras, pressão por proposta continua. Grupo 8 e Fundição têm o maior aumento real em 10 anos

Assembleia aprovou proposta de 9% para três grupos. Trabalhadores de montadoras prometem pressão (Foto: Amanda Perobelli/ABCD Maior)

São Paulo – Em assembleia neste sábado (4) em São Bernardo do Campo, 10 mil metalúrgicos aprovaram a proposta de reajuste salarial de 9% para três grupos de trabalhadores. No caso das montadoras, ainda sem proposta de reajuste, a promessa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é de mobilizações nesta quarta-feira (8).

A proposta negociada pelo sindicato com as bancadas patronais do Grupo três (autopeças), oito (trefilação, laminação, refrigeração) e fundição é o maior aumento real conquistado pela categoria nos últimos dez anos. O percentual representa o dobro da inflação acumulada nos últimos 12 meses, estimada em 4,4%.

Os sindicalistas consideram o patamar alcançado um marco  nas negociações. Em anos anteriores, o índice obtido para os trabalhadores das montadoras era a referência para outros grupos. “É inédito e positivo porque valoriza os trabalhadores desses grupos”, comemora Sérgio Nobre, presidente do sindicato.

Pressão às montadoras

Na assembléia deste sábado, em frente à sede do sindicato, foram estabelecidas mobilizações nas cinco montadoras cujos trabalhadores estão na base da entidade (Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, Scania e Toyota). Há ainda empresas dos grupos dois (máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) e dez (serralheria, lâmpadas e prensas), também em negociação.

No próximo sábado (11), nova assembléia avalia as propostas alcançadas durante a semana. “Até lá, todos os trabalhadores vão fazer protestos, passeatas e interromper a produção por tempo determinado para mostrar aos patrões que a fábrica não está dentro da normalidade”, promete Sérgio Nobre.

Segundo o presidente do Sindicato, o acordo para 2010 tem de ser melhor do que no ano passado, quando a categoria, apesar da crise, conseguiu reposição mais aumento real, num total de 6,53%. Ele aposta que os 9% alcançados nos três grupos é “plenamente suportável” para todas as empresas do ramo. Além de recordes de produção e de venda de carros, há perspectivas positivas para 2011, na avaliação do dirigente.

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