Bancários defendem contratações em negociação com bancos

São Paulo – A terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban) começou na tarde desta quarta-feira (8) e continua na quinta-feira […]

São Paulo – A terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban) começou na tarde desta quarta-feira (8) e continua na quinta-feira (9), em São Paulo. Na pauta da semana, está o debate sobre a criação e manutenção de empregos no setor bancário.

De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira, o Comando Nacional insistiu na necessidade de contratação de trabalhadores e de garantia de emprego. Já a Fenaban se negou a debater a abertura de novos postos de trabalho. “O maior patrimônio do trabalhador foi desconsiderado pelos representantes da Fenaban que se negam a debater a geração de postos de trabalho e a garantia de emprego. Tentaram até desqualificar os números divulgados pelo próprio setor, via Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), para evitar a discussão”, relata a dirigente sindical.

Além de apontar o crescimento do lucro, do volume de crédito e de vários outros indicadores que apontam o aumento do trabalho do bancário e a necessidade real de contratações, o comando dos bancários questionou os negociadores da Fenaban sobre a quantidade de trabalhadores que se desligam dos bancos todos os anos. “Nesse primeiro semestre foram 18 mil que saíram. Embora haja um número superior de contratações, é um turn over (rotatividade) inadmissível em empresas tão lucrativas. Elas não têm razão para demitir, mas fazem isso para reduzir custos”, afirma Juvandia, citando a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), documento para coibir demissões imotivadas.

No primeiro dia de negociações desta semana, a Fenaban propôs a discussão de contratação banco a banco. “Continuaremos fazendo esse debate qualificado, como no ano passado com o Banco do Brasil e a Caixa, e que resultou no compromisso de contratação de 15 mil trabalhadores. A Fenaban está mostrando falta de compromisso com o tema”, avalia a dirigente.

Juvandia justifica que o crescimento dos empregos é muito pequeno no setor. “Os bancos geraram somente 0,61% dos postos criados no país no primeiro semestre. Se contratassem o número de bancários que evidentemente faltam nas agências e departamentos, estariam devolvendo à sociedade um pouco da riqueza que tiram dela”, diz a dirigente sindical, em referência aos milhares de correspondentes bancários e terceirizados que prestam serviço para o setor financeiro em todo o Brasil. “São os banqueiros precarizando o trabalho, os empregos e as condições de atendimento para lucrar mais. Dizem que isso é uma questão de gestão que não pretendem discutir com os trabalhadores. Mas para nós é uma questão de direito que vamos continuar cobrando como parte interessada”, dispara.

O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban também discutiram a internalização de uma série de serviços que estão terceirizados em boa parte dos bancos. “Já garantimos em negociação a desterceirização de serviços como o Auto Finance do HSBC e o Telebanco do Bradesco”, relata a presidenta do Sindicato. “Os bancos até admitem que há setores que podem ser internalizados, mas ainda não informaram quais, em que condições. Comprometeram-se a apresentar essas informações e continuar a discussão quando a mesa temática for retomada após o fim das negociações gerais”, informa Juvandia.

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