Ante proposta de 4,29% de aumento, bancários prometem greve dia 29

Bancários em negociação com a Fenaban (Foto: Paulo Pepe/Divulgação) São Paulo – Passados 30 dias e cinco rodadas de negociação, a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste […]

Bancários em negociação com a Fenaban (Foto: Paulo Pepe/Divulgação)

São Paulo – Passados 30 dias e cinco rodadas de negociação, a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste salarial de 4,29%, que corresponde à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A oferta foi feita nesta quarta-feira (22). Outras reivindicações também não foram contempladas. Por isso, sindicalistas bancários prometem greve a partir do dia 29 deste mês.

A categoria demanda reajuste de 11%, elevação da participação nos lucros e resultados (PLR) e de direitos como auxílio-refeição. O Comando Nacional, formado por digirentes de sindicatos de todo o país, afirmam que a postura dos bancos é um “desrespeito aos bancários”. Assembleias devem ser realizadas até dia 28, na próxima semana, com a recomendação de deflagrar greve nacional por tempo indeterminado.

Os sindicalistas tratam a quarta-feira da próxima semana (27) como data limite para a apresentação de nova proposta com aumento real. “Os banqueiros desperdiçaram mais uma oportunidade de resolver a campanha na mesa de negociação”, decretou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Os banqueiros têm todas as condições para apresentar uma proposta digna”, disse.

Reivindicações

  • 11% de reajuste salarial.
  • Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
  • PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
  • Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
  • Previdência complementar em todos os bancos.
  • Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
  • Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.
  • Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
  • Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.

“O que os bancos estão fazendo é uma provocação aos bancários”, acusou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional. “A economia está crescendo como nunca, o lucro dos bancos aumentou em média 32% no primeiro semestre e eles oferecem apenas a reposição da inflação”, critica.

A postura de não oferecer reajuste acima da inflação é o principal argumento para a necessidade de paralisação. Segundo a Contraf-CUT, o lucro médio dos bancos teve aumento de 28%. A entidade lembra ainda que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 87% das categorias obtiveram aumento real neste ano.

A categoria tem data-base em 1º de setembro. A pauta de reivindicações foi entregue à Fenaban no dia 11 de agosto.