Professores de SP são presos durante protesto contra Serra

Polícia detém participantes que estavam em manifestação anterior. Comandante afirma que PM foi 'mais preparada'

Quatro professores da rede estadual de ensino foram presos pela Polícia Militar durante protesto na tarde desta quarta-feira (24) em Franco da Rocha (SP). Um grupo de 30 docentes, em greve há três semanas, aproveitou a inauguração do Centro de Atenção à Saúde Mental, que funciona no antigo hospital do Juqueri, para pressionar o governador José Serra (PSDB-SP) a negociar com a categoria.

“Nossa manifestação foi pacífica”, assegura Mara Cristina de Almeida, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). “Queremos que o governador negocie, abra diálogo com os professores”, diz.

Segundo a dirigente sindical, os professores receberam o governador com palavras de ordem como “Serra a culpa é sua, a greve continua” e cartazes, mas sem ações agressivas contra a PM ou o governador.  “A tropa de choque montou um cordão de isolamento, nos empurrou, usou cacetetes e gás pimenta, para nos distanciar das grades que separavam o governador”, conta Mara.

De acordo com a ativista, os policiais já haviam mapeado os professores a serem presos a partir dos participantes de manifestação ocorrida na semana anterior, na cidade de Francisco Morato (SP). “Foram em cima de quem esteve no protesto anterior”, alega.

Apesar de encaminhados à delegacia de Franco da Rocha, de acordo com Mara, o delegado já adiantou que não houve crime e que, depois de ouvidos, os manifestantes serão liberados. “Só tínhamos cartazes e alguns estavam com apitos. Até porque passamos por revista para entrar no hospital”, salienta a professora.

Em entrevista ao R7, o comandante Campos Júnior informou que após uma manifestação na semana passada em Francisco Morato, a PM foi “mais preparada” para a manifestação desta quarta. Cerca de 40 soldados da PM e integrantes da Força Tática acompanhavam a inauguração.

Mara afirmou à reportagem da Rede Brasil Atual que as manifestações por abertura de negociação vão continuar, independentemente das prisões dos professores. Ao final da inauguração do hospital ainda inacabado, o governador fez comentários sobre as obras, mas não quis falar sobre o incidente.

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