Professores de SP são presos durante protesto contra Serra
Polícia detém participantes que estavam em manifestação anterior. Comandante afirma que PM foi 'mais preparada'
Publicado 24/03/2010 - 17h33
Quatro professores da rede estadual de ensino foram presos pela Polícia Militar durante protesto na tarde desta quarta-feira (24) em Franco da Rocha (SP). Um grupo de 30 docentes, em greve há três semanas, aproveitou a inauguração do Centro de Atenção à Saúde Mental, que funciona no antigo hospital do Juqueri, para pressionar o governador José Serra (PSDB-SP) a negociar com a categoria.
“Nossa manifestação foi pacífica”, assegura Mara Cristina de Almeida, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). “Queremos que o governador negocie, abra diálogo com os professores”, diz.
Segundo a dirigente sindical, os professores receberam o governador com palavras de ordem como “Serra a culpa é sua, a greve continua” e cartazes, mas sem ações agressivas contra a PM ou o governador. “A tropa de choque montou um cordão de isolamento, nos empurrou, usou cacetetes e gás pimenta, para nos distanciar das grades que separavam o governador”, conta Mara.
De acordo com a ativista, os policiais já haviam mapeado os professores a serem presos a partir dos participantes de manifestação ocorrida na semana anterior, na cidade de Francisco Morato (SP). “Foram em cima de quem esteve no protesto anterior”, alega.
Apesar de encaminhados à delegacia de Franco da Rocha, de acordo com Mara, o delegado já adiantou que não houve crime e que, depois de ouvidos, os manifestantes serão liberados. “Só tínhamos cartazes e alguns estavam com apitos. Até porque passamos por revista para entrar no hospital”, salienta a professora.
Em entrevista ao R7, o comandante Campos Júnior informou que após uma manifestação na semana passada em Francisco Morato, a PM foi “mais preparada” para a manifestação desta quarta. Cerca de 40 soldados da PM e integrantes da Força Tática acompanhavam a inauguração.
Mara afirmou à reportagem da Rede Brasil Atual que as manifestações por abertura de negociação vão continuar, independentemente das prisões dos professores. Ao final da inauguração do hospital ainda inacabado, o governador fez comentários sobre as obras, mas não quis falar sobre o incidente.