OIT recebe manifesto de bancários em favor do direito de greve

Categoria reclama que bancos usam instrumento jurídico para impedir a livre manifestação

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região apresentou nesta quinta-feira (31) à Organização Internacional do Trabalho (OIT) um manifesto em favor do direito de greve. 

O documento, apresentado também por Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec), é fruto de um seminário realizado na capital paulista para discutir o interdito proibitório.

Trata-se de um instrumento jurídico que poderia ser utilizado em situações nas quais exista algum tipo de ameaça aos direitos de posse. Os trabalhadores apontam que os bancos aproveitam-se da brecha deixada no Código Civil para convocar força policial que faz a repressão dos movimentos que reivindicam melhores condições para os bancários. O interdito é utilizado com muita freqüência desde o século passado na repressão a greves e na desocupação de fazendas.

O argumento da categoria é de que o direito de greve é garantido pela Convenção 87 da OIT, que trata de liberdade sindical e da qual o Brasil é signatário. “Proibição de manifestação, tentativa de inviabilização financeira e bloqueio de contas dos sindicatos por meio da aplicação de multas milionárias, além da criminalização dos representantes sindicais que por vezes chegam a ser presos durante os protestos. São essas as punições contra as entidades sindicais provocadas por meio da utilização inadequada do interdito proibitório”, diz Juvandia Moreira, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.