Funcionalismo público de SP prepara ‘bota-fora’ para Serra nesta 4ª

'Almoço de gala' com tíquete-refeição de R$ 4 e malhação do Judas estão entre as formas de protesto para o dia em que o goverandor de São Paulo deixa o cargo. SindSaúde-SP e Apeoesp realizam assembleias no mesmo dia

São Paulo – Diferentes categorias do funcionalismo público de São Paulo realizam, nesta quarta-feira (31), uma série de atividades de “despedida” do governador José Serra (PSDB). Pré-candidato à Presidência da República, ele tem até o dia 3 de abril para deixar o cargo no governo do estado. O “bota-fora” inclui protestos articulados de 42 entidades sindicais.

Pauta dos servidores da saúde

  • 40% de aumento salarial
  • Envio do projeto de reestruturação da carreira da saúde
  • Aumento do vale-refeição de R$ 4 para R$ 14
  • Jornada de 30 horas para todos os trabalhadores da saúde
  • Implantação das COMSATs – Comissões de Saúde do Trabalhador
  • Implementação das diretrizes do SUS no estado
  • Fim das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e retorno das unidades e serviços terceirizados para a administração direta no estado

Às 10h, os servidores da saúde realizam assembleia em frente à Secretaria Estadual da Saúde para decidir sobre greve geral da categoria. Em passeata, os trabalhadores seguem até o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista para um “almoço de gala”, previsto para às 12h. A refeição será custeada com o valor de um vale-refeição diário dos funcionários públicos, R$ 4.

“Vamos começar mostrando o que é possível fazer com R$ 4 de tíquete para a refeição principal do dia de um trabalhador”, explica Carlos Ramiro, coordenador do Conselho de Políticas de Administração e Remuneração de Pessoal do Funcionalismo do Estado de São Paulo.

Segundo Mauri Bezerra dos Santos Filho, diretor de Imprensa e Divulgação do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde), uma grande mesa será preparada no vão do Masp, na Avenida Paulista, com lugares reservados para o governador, secretários e deputados. “Mesmo que o governador não participe, a cadeira dele no nosso almoço de gala estará reservada”, anuncia.

Reivindicaçõesdos docentes

  • reajuste imediato de 34,3%;
  • incorporação de todas as gratificações e extensão aos aposentados, sem parcelamento;
  • contra o provão dos ACTs;
  • contra a avaliação de mérito;
  • pela revogação das leis 1093, 1094, 1097;
  • por um plano de carreira justo;
  • concurso público de caráter classificatório.

Também no vão do Masp, às 14h, os professores realizam assembleia para decidir sobre a continuidade da greve, que já dura 23 dias. O Sindicato  dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) espera reunir 40 mil pessoas para a manifestação.

Encerrada a assembleia, o funcionalismo público realiza uma passeata conjunta do vão do Masp até a praça Ramos de Azevedo, no Centro Velho da capital. “Vamos fazer um ato para dar adeus a um governo marcado pelo desrespeito com o servidor público estadual e pela falta de diálogo”, aponta Ramiro.

Ramiro explica que os trabalhadores serão divididos em alas, para retratar diferentes problemas da gestão Serra, na visão dos sindicalistas. Entre as críticas relacionadas à educação, há alas intituladas “procuram-se os dois professores por sala de aula”, “procuram-se os bônus de R$ 15 mil”, “ala dos sem escola”, “dos excluídos” e “dos baixos salários”.

Segundo Ramiro, em decorrência da proximidade com o sábado de Aleluia, o protesto dos servidores pode ter “malhação do Judas”.

 

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