Rede de contatos sociais é a forma mais eficaz para encontrar emprego, aponta estudo do Dieese

QI, famoso “quem indica”, continua sendo uma estratégia importante para conquistar um emprego (Foto: Divulgação) Adriana Sabatine mudou de emprego três vezes nos dois últimos anos. Em todas as vezes […]

QI, famoso “quem indica”, continua sendo uma estratégia importante para conquistar um emprego (Foto: Divulgação)

Adriana Sabatine mudou de emprego três vezes nos dois últimos anos. Em todas as vezes conseguiu uma nova colocação por indicação de ex-colegas de trabalho. “Os contatos sempre foram importantes na minha vida profissional. Mas também foi preciso demonstrar qualidade no trabalho”, aponta a atual gerente fiscal de uma empresa de artigos esportivos.

De acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e no Distrito Federal (DF), acionar a rede de contatos pessoais, como parentes, amigos, vizinhos, ex-colegas de trabalho é uma estratégia comum dos brasileiros. Na RMSP, 51,7% dos assalariados pesquisados pelo órgão entre maio e outubro de 2008, conseguiram emprego pela indicação de contatos. No DF, esse número ficou em 48,4%.

“Utilizar os contatos para conseguir emprego é uma estratégia predominante do trabalhador brasileiro. Faz parte da nossa cultura”, aponta Tiago Oliveira, economista do Dieese-Brasília. Essa opção supera o envio de currículos diretamente para os empregadores, concursos públicos e agências de intermediação de mão-de-obra.

O contato direto com a empresa foi o meio de busca que levou 33,4% das pessoas a obter emprego em São Paulo e 25% no DF. Concursos públicos permitiram que 8,1% dos trabalhadores se realocassem na Região Metropolitana de São Paulo e em nível muito maior no DF: 23,3%.

Estruturas especializadas em intermediar a força de trabalho, como agências de emprego auxiliaram 6,3% das pessoas a garantir um novo posto em São Paulo e 3,1% no DF.

O Dieese também diagnosticou que para os empregados domésticos a rede de contatos pessoais é determinante. “Para eles, essas redes são essenciais para a circulação de informações sobre disponibilidade de vagas e o perfil dos candidatos”, explica a pesquisa.

A assistente administrativo, Claudia Aranda, procura uma trabalhadora doméstica para contratar e leva em conta principalmente as indicações de amigos. “É uma pessoa para ficar dentro de casa, bem perto da família. Tem de ser alguém conhecida e bem indicada”, revela.

Requisitos de contratação

Embora a indicação de amigos tenha peso na contratação, a pesquisa do Dieese também revelou que mais de 60% dos trabalhadores nas duas regiões pesquisadas, precisaram atender exigências do empregador, como escolaridade, experiência profissional anterior e conhecimentos específicos. “Os trabalhos que eu realizei anteriormente pesaram bastante na minha contratação”, aponta Adriana, que para atender a empresa atual cursa especialização em Direito Tributário.

“A pura indicação não garante a efetivação de quem busca emprego no posto de trabalho. É preciso atender a requisitos e a escolaridade é fator decisivo no mercado de trabalho brasileiro”, sustenta Oliveira.

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