CUT discute igualdade racial em SP nesta 6ª

Sindicalistas preparam ações para o Dia da Consciência Negra

(Foto: Divulgação/CUT-SP)

A CUT-SP dá início às atividades do mês da Consciência Negra, nesta sexta-feira (6), com um encontro na capital paulista que vai discutir avanços e desafios no combate ao racismo.

“É urgente mudarmos a estrutura de poder vigente, em que homens brancos ocupam o topo da pirâmide social, seguidos das mulheres brancas para depois virem homens negros e por último as mulheres negras”, critica Rosana Aparecida da Silva, Secretária Estadual de Combate ao Racismo da CUT-SP, em entrevista à Rede Brasil Atual.

De acordo com a sindicalista, as reflexões e debates do encontro são importantes para mudar a realidade brasileira que ainda é de muito preconceito racial. “A discriminação é muito velada, mas torna-se nítida quando observamos o escândalo que fazem contra as cotas”, lamenta. Políticas de ação afirmativa como a reserva de vagas em universidades públicas para afrodescendentes são alvo de críticas pesadas de alguns setores da sociedade e da mídia.

No trabalho, Rosana alerta que a igualdade racial também está muito longe de ser conquistada. “Avançamos 1%. Vivemos 400 anos de escravidão e de pseudo-libertação. Agora, temos de enfrentar 400 anos de atraso”, diagnostica.

Saúde e segurança

Para Rosana, o Brasil avançou na luta por igualdade racial com a criação de políticas públicas por meio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), as cotas, o Estatuto da Igualdade Racial e a Lei 10.639/03, que institui o ensino de história da África nos currículos escolares. 

Mas, ela acentua que permanecem oprimindo a população negra problemas como saúde, disparidade salarial e a ação da polícia contra jovens negros. “Precisamos de políticas públicas que olhem para a saúde da população negra. Quantas mulheres negras morrem no parto? E os jovens negros mortos pela polícia?”, questiona.

Programação completa no site da CUT-SP