Mostra de economia solidária busca vias para comercializar produção

Setor movimenta R$ 8 bilhões, mas tem dificuldade de alcançar mercados de alto poder de consumo, como o Sudeste. No mundo, são US$ 60 bilhões

Amália da Arts Fisch (Foto: Roberto Parizotti)

O Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, será palco, a partir desta quarta-feira (28), da primeira grande mostra nacional de produtos e serviços oriundos de empreendimentos solidários. Organizado pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), órgão vinculado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o “Conexão Solidária” reúne mais de 170 empreendimentos de todo o país, além de empresários, representantes do governo brasileiro e de outros países, consultores de moda, entre outros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve marcar presente na tarde desta quinta-feira (29).

De acordo com a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho (Senaes), o Brasil tem hoje 22 mil empreendimentos solidários – formais e informais –, que garantem trabalho e renda para 1,5 milhão de pessoas. Estes empreendimentos estão divididos em vários tipos de organização de trabalhadores, como cooperativas, associações, empresas autogestinárias e clube de trocas e representam uma fatia de 6% do PIB, ou R$ 8 bilhões ao ano.

Segundo o coordenador geral da ADS, Ari Arolaldo do Nascimento, o que difere o “Conexão Solidária” das demais feiras é a busca por canais mais efetivos de comercialização de produtos. A área é um dos grandes problemas para esse tipo de empreendimento que vislumbram também mercados de alto poder de consumo, como o do Sudeste. “Além de rodadas de negócios, representantes de grandes redes de loja também farão palestras sobre condições de comercialização”, destaca Nascimento.

Seminários e desfile

Durante os quatro dias da mostra aberta ao público também serão realizados seminários com representantes do governo, dos empreendimentos solidários, dos empresários e de instituições bancárias, que vão discutir os desafios não apenas da comercialização de produtos, mas também da obtenção de crédito e da própria produção. Serão feitas ainda oficinas setoriais.

A Senaes promove, durante o evento, um seminário internacional sobre economia solidária, com a presença de representantes de 13 países. “Queremos discutir o comércio justo internacional”, revela Antonio Haroldo Pinheiro Mendonça, coordenador de Comércio Justo e Crédito na Senaes. “Hoje, a economia solidária movimenta US$ 60 bilhões ao ano e seus produtos estão presentes em sete mil lojas na Europa e nos Estados Unidos”, completa.

Para a noite de quinta-feira (29), está prevista a realização de um desfile, com peças de vestuário e acessórios de moda produzidos por empreendimentos solidários. O desfile será acompanhado por estilistas e consultores de moda de renome no país.

O coordenador-geral da ADS explica que o evento é a porta de entrada para a viabilização de uma central permanente de comercialização dos empreendimentos solidários, prevista pela agência em São Paulo, mas ainda sem data de inauguração.

 

Conexão Solidária

1ª Mostra Nacional de Comercialização de Produtos e Serviços da Economia Solidária
De 28 a 31 de outubro, das 9h às 20h
Centro de Exposições Imigrantes – Pavilhão 3
Rodovia dos Imigrantes – Km 1,5 – São Paulo-SP

 

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