Com paralisação no ABC, químicos iniciam negociações

Paralisação pacífica apostou no bom humor. Negociação de cláusulas econômicas só deve ocorrer dia 30 (Foto: Dino Santos/Divulgação) Cerca de 700 trabalhadores atrasaram em uma hora a entrada do turno […]

Paralisação pacífica apostou no bom humor. Negociação de cláusulas econômicas só deve ocorrer dia 30 (Foto: Dino Santos/Divulgação)

Cerca de 700 trabalhadores atrasaram em uma hora a entrada do turno da manhã desta terça-feira (20) no Pólo Petroquímico de Capuava, no grande ABC (SP). A paralisação marca o início das negociações da campanha salarial dos químicos em São Paulo. A primeira rodada de negociações com a Comissão de Estudos e Assessoria do Grupo 10 da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ocorreu na sede da Federação dos Trabalhadores Químicos da CUT no Estado de São Paulo (Fetquim).

Os representantes patronais informaram que só discutem cláusulas econômicas no dia 30, devido ao calendário de assembléias empresariais. Assim, os pontos colocados na mesa limitaram-se à redução da jornada para 40 horas e à qualificação profissional para pessoas com deficiência, que sinaliza para uma proposta de consenso entre as partes.

A campanha unificada coordenada pela Fetquim e promovida pelos sindicatos dos Químicos do ABC, Plásticos e Químicos de São Paulo e Químicos Unificados (Osasco, Campinas e Região). Os 125 mil trabalhadores equivalem a 70% dos trabalhadores do ramo químico no estado.

Os sindicalistas barraram os ônibus que traziam trabalhadores para o turno da manhã em cinco pontos estratégicos de acesso às principais empresas do Pólo.

Com paralisação no ABC, químicos iniciam negociações (Foto: Dino Santos/Divulgação)

O protesto foi pacífico e apostou no bom humor, com carros de som, balões infláveis e uma banda.”Nosso objetivo é pressionar o sindicato patronal das indústrias químicas a atenderem nossas reivindicações da Campanha Salarial 2009, afinal muitas avaliações apontam que as empresas químicas tiveram bom desempenho entre 2006 e 2008 e isso não foi repassado aos trabalhadores”, afirmou o coordenador político da Fetquim e diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Geraldo Melhorine.

Campanha Salarial Unificada 2009

Com paralisação no ABC, químicos iniciam negociações (Foto: Dino Santos/Divulgação)Com data-base em 1º de novembro, este ano apenas as cláusulas econômicas, a jornada de trabalho e a cláusula de portadores de deficiência serão negociadas, pois as demais cláusulas da Convenção Coletiva da categoria química têm vigência de dois anos. Os pontos reivindicados são:

– Reajuste de 10% (INPC + 5,94%)
– Piso salarial de R$ 900,00
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor de dois salários normativos (piso)
– Redução da jornada para 40 horas semanais sem redução de salário
– processo de qualificação profissional para pessoas com deficiência

“Agora é hora de mobilizar e garantir a pressão necessária para uma Campanha Salarial vitoriosa da categoria química aqui em São Paulo”, comenta o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.

Negociação

A demanda de redução da jornada foi categoricamente negada pelos empresários sob o argumento de que os doze segmentos do ramo químico não têm condições de absorver o aumento nos custos gerado pela redução para 40 horas. A próxima rodada de negociações está agendada para o dia 30 de outubro, também em São Paulo.