Bancos privados funcionam em todo país, mas greve prossegue em bancos públicos

Na Caixa, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia paralisação persiste. Banco do Brasil retomou atividades na maioria dos estados

Assembleia de trabalhadores na capital paulista decidiu, na quinta-feira (8), rumo da greve também em Osasco e Região (Foto: Seeb-SP/Paulo Pepe)

Os bancários de instituições privadas decidiram na quinta-feira (8), em assembleias por todo país, aceitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e retornar ao trabalho. Banpará e Banrisul também voltaram a funcionar. Já a Caixa Econômica Federal continua parada.

“Esse acordo com a Fenaban representa uma vitória da participação e da luta da categoria, que se indignou contra a tentativa dos bancos de reduzir a distribuição de lucros aos bancários e acabar com a trajetória de sucessivos aumentos reais que os bancários vêm conquistando com mobilização e greve desde 2004. Além disso, a parcela adicional da PLR passa a ser paga diretamente sobre um percentual do lucro líquido, aumentando os ganhos dos bancários”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

De acordo com levantamento da Contraf-CUT, a paralisação continua, nesta sexta-feira (9), na Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. No Banco do Brasil, seguem em greve os estados do Piauí, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Ceará, Alagoas e Sergipe.

Em São Paulo, quatro assembleias decidiram o rumo da greve dos bancários. Os trabalhadores de bancos privados, da Nossa Caixa e do Banco do Brasil decidiram decidiram aceitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de 6% de reajuste salarial, PLR de 90% do salário mais R$ 1.024 com teto de R$ 6.680, mas o valor pode aumentar até que seja distribuído pelo menos 5% ou até 15% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 14.696. Os bancários também conquistaram ampliação da licença maternidade para seis meses, auxílio-refeição de R$ 16,88, cesta-alimentação de R$ 289,31, 13ª cesta-alimentação de R$ 289,31 e auxílio – creche/babá de R$ 207,95.

Na negociação específica, o Banco do Brasil fechou acordo de reajuste do valor do Plano de Cargos e Salários (PCS) e contratação de 10 mil bancários até 2011. O banco também vai manter a mesma estrutura de distribuição semestral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos anos anteriores: um percentual do salário (45%)  mais um valor fixo (R$ 512), acrescidos do pagamento linear de 4% do lucro líquido.

As novas contratações vão ampliar o quadro de funcionários do BB em cerca de 10%. “A medida irá melhorar as condições de trabalho para todos. Atualmente os funcionários estão sobrecarregados e a medida é extremamente necessária”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

Os bancários da Nossa Caixa terão distribuição linear de R$ 60 milhões bruto.

Para Luiz Cláudio Marcolino, o balanço do movimento é extremamente positivo com importantes conquistas para a categoria. “Saímos mais uma vez vitoriosos de uma greve, arrancando com garra e disposição tudo que os banqueiros não queriam dar e garantindo o que queriam retirar”, destacou Marcolino.

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