Bancários de SP pressionam secretário contra repressão a greve

Sindicato pede esclarecimentos à Secretaria de Segurança sobre articulação entre bancos e PM para reprimir possível mobilização nesta quinta. Santander e Itaú Unibanco serão denunciados à organização internacional

Sindicato denuncia articulação contra greve (Foto: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região/Divulgação)

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região pressiona o secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP), Antônio Ferreira Pinto, a respeito de reunião entre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Comando da Polícia Militar de São Paulo. O encontro ocorreu nesta terça-feira (22) na sede da secretaria.

Na semana passada, o sindicato recebeu denúncia de que a Febraban e o Comando da PM realizaram reunião secreta, no dia 11, para “traçar planejamento de ações conjuntas frente aos movimentos grevistas”, como consta em e-mail a que o sindicato teve acesso. O objetivo da audiência era pedir esclarecimentos sobre a postura dos policiais frente a possível greve dos bancários a partir desta quinta (24).

Ferreira Pinto foi taxativo ao tomar conhecimento sobre o tema da reunião – “planejamento de ações conjuntas frente ao movimento grevista”. “É evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto”, disse o secretário.

Ele afirmou que irá reunir-se com o Comando da Polícia Militar para tratar do assunto. “A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou.

Os banqueiros teriam solicitado apoio da PM para o cumprimento dos interditos proibitórios, que visam coibir as manifestações do sindicato nas agências e concentrações bancárias.

“Queremos que a denúncia seja apurada e que os trabalhadores tenham o compromisso do secretário de Segurança Pública de que terão o direito de greve respeitado”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do sindicato.

Ainda nesta quarta, a categoria realiza assembleia em São Paulo, quando deve rejeitar oficialmente proposta dos banqueiros de reajuste de 4,5%, que repõe apenas a inflação, e deliberar sobre greve por tempo indeterminado a partir do dia 24. A categoria reivindica 10% de aumento salarial.

Denúncia internacional

Também nesta terça, os bancos Santander e Itaú Unibanco devem ser denunciados junto à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional dos países comprometidos com os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.

De acordo com o sindicato, o banco Santander é alvo de denúncia por ter acionado a Justiça para obter interdito proibitório, mesmo antes de uma greve ser decretada e o banco Itaú por reprimir os trabalhadores em momentos de greve. 

Com informações do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

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