Bancários entram em greve nesta 5ª

Trabalhadores não aceitaram proposta rebaixada da Federação dos Bancos, de 4,5% de reajuste, e PLR menor que o valor pago em 2008

(Foto: Mauricio Moraes/Sindicato dos Bancários)

Bancários decidiram, em assembleias realizadas nesta quarta-feira (23), rejeitar proposta da Federação dos Bancos (Fenaban) e entrar em greve por tempo determinado a partir desta quinta-feira (24).

De acordo com o coordenador do Comando Nacional e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, a pauta de reivindicações foi entregue aos bancos no dia 10 de agosto e após mais de um mês de negociações, a Fenaban apresentou  uma proposta rebaixada que apenas repõe a inflação, diminui o valor da PLR em relação ao que foi pago em 2008 e ignora as outras reivindicações.

“É uma postura inaceitável para o setor que obteve os maiores lucros de toda a economia brasileira no primeiro semestre e alcançou a maior rentabilidade de todo o sistema bancário das Américas”, afirma Cordeiro.

Em São Paulo, a assembleia reuniu mais de 1.500 trabalhadores. Segundo Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, os bancários não abrem mão de aumento real nos salários, de uma PLR maior e mais justa e de proteção aos empregos frente aos processos de fusão.

“Há quase dois meses os banqueiros já conhecem nossas reivindicações. Se quisessem evitar a greve teriam apresentado na mesa de negociação proposta com aumento real de salários, PLR maior e mais justa, proteção ao emprego nos casos de fusão e medidas de combate ao assédio moral e às metas abusivas “, disse Marcolino. “A categoria vai à greve para exigir da Fenaban uma proposta que contemple as reivindicações dos trabalhadores”, ressaltou.

Os bancários reivindicam 10% de reajuste salarial, PLR de três salários mais valor fixo de R$ 3.500, proteção ao emprego, mais contratações, saúde e condições de trabalho com fim do assédio moral e de metas abusivas.

De acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), a redução do valor da PLR, proposta pela Fenaban, representa menos R$ 1,2 bilhão para os trabalhadores.

Denúncia de repressão à greve

Marcolino denunciou ao secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, reunião entre responsáveis pela segurança dos bancos e o Comando da Polícia Militar (PM), da capital paulista, para montar um esquema de repressão a uma “possível” greve dos bancários em São Paulo.

Em reunião nesta terça-feira (22), Marcolino apresentou o e-mail encaminhado pela federação dos bancos (Febraban) aos seus filiados convocando para o encontro com a PM. Ao ver que um dos itens da audiência era “planejamento de ações conjuntas frente ao movimento grevista”, Ferreira Pinto foi taxativo: “é evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto”, disse o secretário ao afirmar que irá procurar o comandante da Polícia Militar para tratar do assunto.

“A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou o secretário.

Com informações da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

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