Comerciários de SP apostam em reajuste real em todos os setores

Além dos itens salariais, pauta de reivindicações da categoria também inclui redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais

Os comerciários de São Paulo esperavam muitas dificuldades para alcançar reajustes salariais iguais ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), estimado em 4,75% em julho. Alguns segmentos do setor mantiveram taxas elevadas de crescimento mesmo durante os primeiros meses de 2009, quando a economia mostrava sinais de desaceleração. O sindicato da categoria acredita em reposição da inflação e até em conquistar aumentos reais.

“Parece que o setor patronal está inclinado a negociar aumento real e ganhos por produtividade”, sustenta José Gonzaga da Cruz, vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e diretor-executivo da União Geral dos Trabalhadores (UGT). “Os próprios economistas da Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) têm dado entrevistas repentinas dizendo que o comércio tem crescido mesmo em setores como o de alimentos atacadistas e de comércio de veículos”, surpreende-se.

Embora a reivindicação seja de 10% de aumento real, o sindicato avalia que 3% acima da inflação seria favorável. No estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizado nos acordos coletivos do primeiro semestre, houve aumento igual ou acima da inflação para quase todos os grupos de comerciários pesquisados.

Além dos itens salariais, o sindicato inclui na campanha a defesa da redução da jornada máxima de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Cesta básica de alimentos para todos os comerciários e o fim do banco de horas – substituído pelo pagamento de horas extras – também constam da lista de reivindicações produzida a partir de consulta a 3 mil trabalhadores.

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