Bancos fecham 2.224 postos de trabalho no 1º semestre

Pesquisa da Contraf e Dieese divulga perfil dos trabalhadores demitidos

No primeiro semestre de 2009 foram fechados 2.224 postos de trabalho nos bancos e essa rotatividade também tem reduzido a média salarial dos bancários. A conclusão é de estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta terça-feira (25).

O levantamento sobre a evolução do emprego é baseado em dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. É a segunda rodada da pesquisa.

“Os bancos estão na contramão do movimento que a economia brasileira está seguindo”, criticou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Enquanto os demais setores econômicos criaram 300 mil novos postos de trabalho no primeiro semestre com a retomada do crescimento, os bancos, que não sofreram nenhum impacto com a crise, estão fazendo o contrário”, completou.

“Isso é ainda mais injustificável quando sabemos que o sistema financeiro foi o que apresentou a maior rentabilidade de toda a economia no primeiro semestre, quando os 21 maiores bancos somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões”, afirmou.

As demissões se concentram em cargos com remuneração e escolaridade altas. Isso contradiz, na visão dos sindicalistas, o discurso das empresas que demandam urgência de escolarização como fator de empregabilidade.

A pesquisa não aponta números de demissões de cada instituição, já que os dados do Caged não separam as contratações e desligamentos por cada banco e sim por segmento financeiro: bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimentos e caixas econômicas.

“Como neste último segmento só existe a Caixa Econômica Federal, que abriu no primeiro semestre 2.562 novos empregos, e sabemos que não tem havido demissões no Banco do Brasil e outros bancos públicos, a conclusão é que o fechamento de postos de trabalho está concentrado nos bancos privados, principalmente por causa dos processos de fusão do Itaú Unibanco e do Santander Real”, avalia Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.

Clique aqui para ler mais