Metalúrgicos de São Paulo realizaram nesta sexta-feira (24) ato para marcar o início das negociações da campanha salarial 2009, na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Como era esperado pelos dirigentes sindicais, os empresários do setor têm utilizado a crise financeira como justificativa para não atender as reivindicações dos trabalhadores.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Carlos Alberto Grana, vários setores já se recuperaram. Além disso, ele ressalta: “estou há 30 anos participando de negociações e nunca ouvi os patrões dizerem que estão bem. As desculpas sempre se renovam quando o assunto é melhorar a vida do trabalhador.  Temos 260 mil trabalhadores no Estado de São Paulo muito mobilizados e, se for preciso, vamos à luta”.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, ressalta que grande parte do sucesso da economia brasileira se deve ao trabalhador. “A recuperação dos salários é o caminho para sairmos da crise. É preciso olhar para o salário como investimento”, enfatiza o sindicalista.

Segundo o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, a ideia central da campanha deste ano é manter a lógica de reajustar salários para aumentar o consumo e o poder de compra da população brasileira: “a crise não atrapalhará buscar nossas reivindicações. Gerando renda vamos gerar emprego, qualidade de vida e esse é o papel do sindicato”.

O lançamento da campanha salarial dos metalúrgicos este ano destaca as cláusulas sociais e, segundo o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, Valmir Marques, os direitos da mulher e do deficiente, por exemplo, merecem mais atenção.

Marques argumenta que as campanhas salariais dos metalúrgicos sempre foram difíceis, mas isso nunca foi empecilho para que a categoria conquistasse grandes avanços.