Dia de manifestações em Brasília, Salvador e São Paulo

Movimentos fazem protestos por Petrobras e em defesa do SUS. Professores estaduais e funcionários da USP pedem melhores condições de trabalho em SP. Em Salvador, servidor quer diálogo com prefeitura

Petroleiros se preparam para o ato em frente ao Congresso. Defesa da soberania e críticas à oposição (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Em diversas partes do Brasil, sindicatos se mobilizaram durante esta quarta-feira (3). As manifestações tiveram causas distintas, da preocupação com as intenções da oposição na CPI da Petrobras a questões ligadas a saúde, educação, condições de trabalho e salariais. 

Diante do Congresso Nacional, em Brasília (DF), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizaram, durante a manhã, um protesto em defesa de uma nova legislação do petróleo e em defesa da Petrobras. As duas entidades, com apoio de vários movimentos, consideram que a CPI em instalação no Senado tem como finalidade a fragilização da empresa. Além disso, a intenção é discutir uma nova lei para a exploração dos recursos do pré-sal, dando exclusividade à Petrobras ou a outra empresa pública, nos trabalhos de prospecção e produção.

O presidente da CUT, Artur Henrique, considera que a criação da CPI não tem justificativa. “O Brasil tem instrumentos como a Controladoria Geral da União, o Ministério Público, o Tribunal de Contas e vários outros para que seja feita a orientação e o acompanhamento dos contratos das empresas”, afirmou.

 A CUT e os movimentos populares de saúde contestam ainda o projeto de lei que quer criar fundações estatais de direito privado no serviço público federal de saúde. Em carta a Lula, o presidente da central alerta para o respeito às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e à decisão do Conselho Nacional de Saúde, que rejeita o projeto.

Em Salvador, os servidores da prefeitura iniciaram paralisação de 72 horas. A categoria pede reajuste salarial de 50%, assistência à saúde paga pela prefeitura, melhorias nas condições de trabalho e estabelecimento de piso salarial. O sindicato que representa os trabalhadores municipais queixa-se de não ter obtido respostas à pauta de reivindicações entregue à Secretaria de Planejamento. Os professores municipais estão em greve desde segunda-feira (1º) por conta da lentidão nas negociações com a prefeitura. Eles querem reajuste salarial de 9% e pagamento de assistência à saúde.

Na capital paulista, funcionários da Universidade de São Paulo (USP) decidiram bloquear os portões de acesso ao campus da zona oeste da cidade. O “trancaço” é um protesto contra a entrada do Batalhão de de Choque da Polícia Militar na segunda-feira (1º) no local a pedidos da reitoria. Os trabalhadores estão em greve há 28 dias por reajustes salariais e reincorporaçoes de lideranças sindicais demitidas.

Ainda em São Paulo, os professores da rede estadual de ensino decidiram nesta quarta não dar sequência às paralisações, mas manter o estado de greve até a terça-feira (16), quando realizam nova assembleia. Durante audiência pública, a presidente da Apeoesp, sindicato que representa a categoria, Maria Izabel Noronha, discutiu a revogação de dois Projetos de Lei Complementar que estabelecem contratação de docentes temporários em condições consideradas inadequadas pelos sindicalistas.