Trabalhadores do INSS anunciam greve

Apesar de decisão contrária da Justiça, sindicalistas defendem paralisação. Reivindicação envolve proposta de alteração de jornada de trabalho

Os trabalhadores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) entram em greve nesta terça-feira (16) por tempo indeterminado. O setor de perícias médicas atenderá normalmente. O Sindicato dos Trabalhadores em Previdência do Estado de São Paulo recomenda aos segurados com atendimento já marcado a ligarem para o telefone 135 antes de saírem de casa. Para as pessoas que não conseguirem ser atendidas, a recomendação é agendar um novo horário por telefone.

O INSS quer, segundo o sindicato da categoria, aumentar a jornada de trabalho de 30 para 40 horas semanais, com redução salarial de 25% para quem optar pelas 30 horas. A Federação critica a medida e denuncia que o tema deveria ser discutido por um grupo de trabalho que nunca foi criado. Os trabalhadores do INSS também reivindicam melhores condições de trabalho e a convocação de 2 mil aprovados em concurso para evitar a ampliação da jornada de trabalho. 

Para impedir o movimento, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liminar que considerou a proposta de paralisação precipitada e ilegal. Os trabalhadores discordam da decisão do STJ, segundo a qual a pauta de reivindicações não teria sido negociada nem com o INSS, nem com o Ministério da Previdência e que apenas teria comunicado a intenção de iniciar a greve.

O diretor da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Previdência e Assistência Social, Moacir Lopes disse que vai recorrer da sentença liminar e garante que os servidores se reuniram, apenas nesse ano pelo menos quatro vezes com a direção do INSS para apresentar a pauta, por isso, a greve está mantida.

“É uma situação lamentável que [o INSS] tome uma atitude dessa forma sem ouvir os trabalhadores”, lamenta. “Vamos continuar mobilizados, a categoria vai a greve e esperamos que consiga sensibilizar o governo para reabrir as negociações”. Ele afirma que os trabalhadores buscam negociações há quatro anos sem ter promovido nenhuma greve no período por “acreditar na instituição”.

Segundo a Federação, em pelo menos 12 estados a greve está confirmada. Em São Paulo servidores de 14 agências decidiram entrar em greve. As agências são: Xavier de Toledo, Brás Leme, Tucuruvi, Vila Mariana, Santo amaro, Pinheiros, Glicério, Liberdade, Aricanduva, Guaianazes, Ermelino Matarazzo, Guaruhos, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba.

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