Trabalhadores do INSS anunciam greve
Apesar de decisão contrária da Justiça, sindicalistas defendem paralisação. Reivindicação envolve proposta de alteração de jornada de trabalho
Publicado 16/06/2009 - 10h26
Os trabalhadores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) entram em greve nesta terça-feira (16) por tempo indeterminado. O setor de perícias médicas atenderá normalmente. O Sindicato dos Trabalhadores em Previdência do Estado de São Paulo recomenda aos segurados com atendimento já marcado a ligarem para o telefone 135 antes de saírem de casa. Para as pessoas que não conseguirem ser atendidas, a recomendação é agendar um novo horário por telefone.
O INSS quer, segundo o sindicato da categoria, aumentar a jornada de trabalho de 30 para 40 horas semanais, com redução salarial de 25% para quem optar pelas 30 horas. A Federação critica a medida e denuncia que o tema deveria ser discutido por um grupo de trabalho que nunca foi criado. Os trabalhadores do INSS também reivindicam melhores condições de trabalho e a convocação de 2 mil aprovados em concurso para evitar a ampliação da jornada de trabalho.
Para impedir o movimento, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liminar que considerou a proposta de paralisação precipitada e ilegal. Os trabalhadores discordam da decisão do STJ, segundo a qual a pauta de reivindicações não teria sido negociada nem com o INSS, nem com o Ministério da Previdência e que apenas teria comunicado a intenção de iniciar a greve.
O diretor da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Previdência e Assistência Social, Moacir Lopes disse que vai recorrer da sentença liminar e garante que os servidores se reuniram, apenas nesse ano pelo menos quatro vezes com a direção do INSS para apresentar a pauta, por isso, a greve está mantida.
“É uma situação lamentável que [o INSS] tome uma atitude dessa forma sem ouvir os trabalhadores”, lamenta. “Vamos continuar mobilizados, a categoria vai a greve e esperamos que consiga sensibilizar o governo para reabrir as negociações”. Ele afirma que os trabalhadores buscam negociações há quatro anos sem ter promovido nenhuma greve no período por “acreditar na instituição”.
Segundo a Federação, em pelo menos 12 estados a greve está confirmada. Em São Paulo servidores de 14 agências decidiram entrar em greve. As agências são: Xavier de Toledo, Brás Leme, Tucuruvi, Vila Mariana, Santo amaro, Pinheiros, Glicério, Liberdade, Aricanduva, Guaianazes, Ermelino Matarazzo, Guaruhos, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba.