Contra ocupação da PM, funcionários da USP pretendem bloquear portão da universidade

Reunião extraordinária dos professores foi convocada para amanhã depois que as viaturas policiais retornaram ao campus

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) vai promover nesta quinta-feira (4) a partir de 6h o “trancaço”, que consiste em fechar o Portão 1 da Cidade Universitária. A entidade manifesta que, além de mostrar a contrariedade à interrupção das negociações por aumento salarial, o movimento tem como finalidade protestar contra o retorno da Polícia Militar ao campus nesta quarta-feira (3).

A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) também manifestou contrariedade à presença de policiais na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo. Segundo a Adusp, as viaturas foram posicionadas junto aos prédios em que os trabalhadores realizam piquetes, especialmente a Reitoria e a Antiga Reitoria.

Por isso, a entidade convocou assembleia em caráter extraordinário para quinta-feira (4) às 16h. Anteriormente, o movimento havia definido que participaria de atos na próxima semana organizados pelo Fórum das Seis, que congrega os representantes de funcionários e professores das três universidades estaduais paulistas.

O professor Marco Antônio Prinati, diretor da Adusp, destaca que “dentro da universidade, as divergências deveriam ser resolvidas pela negociação. As conversas foram interrompidas e, em troca, chamaram a PM para o campus”. O docente da Escola Politécnica reclama que as reuniões do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) com o Fórum das Seis foram canceladas sem explicação e não há nenhuma resposta por parte da direção.

Em nota, o Cruesp, atualmente presidido pela reitora da USP, Suely Vilela, afirmou que as conversas com professores e funcionários serão retomadas quando forem encerradas as “ações coercitivas prejudiciais ao pleno funcionamento das atividades institucionais”. Os reitores alegam que o Fórum das Seis refutou a participação na reunião convocada para 25 de maio e que o Cruesp “age de forma responsável e sem demagogia ao conceder reajustes salariais sem comprometer as atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração”.