Bancários debatem como lidar com ‘sindicatos fantasmas’

Parte das entidades de representação de trabalhadores de cooperativas de crédito nos últimos anos apresenta sinais de subordinação a sindicatos patronais, aponta Contraf-CUT

Desde a retomada do crescimento econômico e da expansão das cooperativas de crédito, vem crescendo o número de sindicatos patronais e de trabalhadores pelo país. A partir de então, uma nova disputa se forma. E os bancários tem sido um dos principais alvos.

Para discutir quais serão os próximos passos a fim de evitar desgastes e prejuízos ao trabalhador, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) organiza uma Reunião Nacional para a próxima segunda-feira (8) em Brasília (DF).

Segundo Miguel Pereira, diretor da entidade, por mais contraditório que possa parecer, todos os segmentos criados ligam o setor associativo ao setor patronal. “Não é uma iniciativa dos trabalhadores querendo repensar sua representação e organização”, pondera ao Jornal Brasil Atual. “Geralmente [há] entidades patronais do cooperativismo de crédito por trás dessas iniciativas”, completa.

Um emblema dessa relação ocorreu no dia 14 de maio, quando foram marcadas assembleias de fundação de sindicatos de trabalhadores e patronal para o mesmo endereço e horário. “Ora, fica evidenciado que praticamente existe um conluio”, conclui.

Quanto ao cooperativismo de crédito, Miguel Pereira alerta para a possibilidade de rebaixamento dos direitos dos trabalhadores. Para ele, assim como os bancários discutem o papel do crédito nos bancos, é necessário debater a questão nas cooperativas de crédito. “A medida que se fragiliza a representação política da categoria, fica evidenciado a possibilidade de menor vigilância de desvios que esse setor poderia adotar”, critica.

Algumas federações de bancários filiadas à Contraf estão adotando medidas jurídicas contra o pagamento de contribuições exigidas pelas cooperativas de crédito.