Aliados de Serra impedem investigações na CPI da CDHU

Recesso na Assembleia Legislativa também deve atrapalhar trabalho de apurar supostas irregularidades

A primeira sessão da CPI da Companhia Nacional de Desenvolvimento Habitacional (CDHU), realizada na semana passada, foi dominada por aliados do governador José Serra. O resultado é que nenhum dos quatro requerimentos solicitados pela oposição, que convocariam para depor autoridades ligadas à investigação de suposto faturamento nas construções da CDHU, foi aprovado.

Segundo o deputado Antônio Mentor (PT-SP), a dificuldade começa na formação da comissão. Dos nove integrantes, apenas ele o colega Ênio Tatto (PT-SP) fazem oposição ao governo. Os demais, inclusive presidente e relator, são da base de sustentação de Serra.

O parlamentar petista lembra que são vários os indícios de irregularidades como, por exemplo, o superfaturamento. “Para se ter uma ideia, temos um levantamento (que mostra) que uma bacia de privada que, em qualquer loja de material de construção que você for custa R$ 50 ou R$ 60, na casa construída pelo CDHU custa R$ 300”, acusa.

Para Antônio Mentor, a sede do legislativo paulista está toda voltada aos gostos do governador de São Paulo. “A Assembleia Legislativa acabou se transformando em um cartório do PSDB, do governo Serra”, lamenta. “Aqui, a maioria  dos deputados está vinculado ao governo, apenas 23 dos 94 deputados fazem o trabalho de oposição, de modo que qualquer iniciativa que vise investigar e aprofundar qualquer tipo de fiscalização sobre o governo é difícil de implementar”, lamenta.

Além da esmagadora maioria governista na comissão, o calendário da Casa não ajuda. A próxima reunião da CPI da CDHU está marcada para amanhã, mas na quarta-feira (24) a Assembleia entra em recesso e as investigações só começarão mesmo em agosto.

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