Contra demissões, trabalhadores da Cosipa param por tempo indeterminado

Metalúrgicos pedem o cancelamento de mais de 810 demissões. Operários da construção civil pedem reajuste salarial de 10%

Mais de 4 mil trabalhadores da Usiminas Cubatão, a antiga Cosipa, decidiram na quarta-feira (28) em assembléia entrar em greve. Tanto o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista quanto o dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial decidiram que a greve será por tempo indeterminado.

As reivindicações são distintas: os metalúrgicos pedem o cancelamento de mais de 810 demissões. Quanto aos operários da construção civil contratados por empreiteiras que prestam serviço à empresa, eles lutam por aumento salarial de 10%. 

A paralisação recebeu ainda a adesão dos funcionários da limpeza e alimentação da usina. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Alvemi Cardoso Alves, 60% dos trabalhadores aderiram à paralisação.

A prefeitura de Cubatão tenta interferir nas demissões. Está marcada para esta sexta-feira (29) uma reunião entre a prefeita Márcia Rosa (PT), a diretoria da Usiminas e lideranças políticas da região.

Em nota, a Usiminas informou que as operações da Usina de Cubatão não foram interrompidas em função do movimento. O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa), no Vale do Aço mineiro, já agendou uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Belo Horizonte, na próxima segunda-feira (1º/05) para pedir a reintegração dos demitidos pela Usiminas.

No final de março, o Sindipa obteve uma liminar, concedida pelo desembargador Caio Luiz Vieira de Melo, do TRT da 3ª. Região, proibindo as demissões na Usiminas e em outras seis empresas prestadoras de serviço.