Aeroviários e aeronautas protestam por reajuste em terminal de Guarulhos

Objetivo é chamar a atenção para a campanha salarial das categorias e pressionar as empresas a elevarem a proposta de reajuste antes da data-base, em 1º de dezembro

Trabalhadores querem 13%, que englobam reposição da inflação e aumento real, e ameaçam greve a partir de 1º de dezembro (Foto: Henrique Lessa/APN)

São Paulo – Aeronautas e aeroviários protestaram, na manhã desta quarta-feira (16), em frente aos balcões de check-in das empresas Gol e Tam, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), na região metropolitana da capital paulista. Eles criticam a proposta patronal para a campanha salarial das categorias, com data-base em 1º de dezembro. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 13% para os salários e de 20% para os pisos. As empresas oferecem 3% e 5%, respectivamente.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Dagmar Fochesato, explicou que o objetivo do ato foi sensibilizar a população usuária dos aeroportos para a questão e pressionar as empresas a reformularem a oferta, que não contempla a reposição da inflação acumulada. Na próxima quarta-feira (23), as partes se reúnem e, dali uma semana, têm a última rodada de negociação. Mas o dirigente disse que não vê “luz no final do túnel”, por isso não descarta a possibilidade de greve a partir de 1º de dezembro.

Fochesato avaliou que as empresas querem levar a negociação a impasse para que uma possível paralisação seja rechaçada pelos usuários dos aeroportos. “Os patrões provocam a greve para mascarar a própria ineficiência diante do aumento da movimentação nos aeroportos no final do ano, que sempre provoca o conhecido ‘caos aéreo’, e transferir a responsabilidade para os trabalhadores. Só que neste ano mudamos a tática e começamos a campanha mais cedo justamente para evitar paralisação no período das festas”, relatou.

A pauta de reivindicações foi entregue em 16 de setembro, 20 dias antes do que em anos anteriores, com a finalidade de chegar à data-base com o acordo fechado, relatou Fochesato. “Mas as empresas marcaram a primeira rodada para 40 dias depois, quando foi definido apenas o calendário. Negociação mesmo só ocorreu 50 dias depois da entrega da pauta”, completou.

Para o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), é precoce falar em paralisação em meio ao processo de negociação. Sobre a manifestação, a entidade, por meio da assessoria de imprensa, declarou tratar-se de um direito dos trabalhadores.

Participam da campanha salarial unificada a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT), o Sindicato Nacional dos Aeronautas, o Sindicato Nacional dos Aeroviários, o Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, o Sindicato dos Aeroviários de Pernambuco e o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), mais a Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (FNTTA), o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Aéreo do Município do Rio de Janeiro e o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, ligados à Força Sindical.

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