Trabalhadores suspendem paralisação nos aeroportos, mas mantêm estado de greve

Decisão foi tomada depois de o governo anunciar que vai incluir os sindicatos nas discussões sobre o processo de privatização

Segundo o Sina, o governo concordou em incluir uma comissão de trabalhadores no processo de privatização dos aeroportos (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

São Paulo – Os aeroportuários dos terminais de Guarulhos e Brasilia decidiram em assembleia na manhã desta sexta-feira (21) antecipar o final da greve de 48 horas iniciada na manhã de quinta. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), o governo concordou em incluir uma comissão de trabalhadores no processo de privatização dos aeroportos. A entidade lembra, no entanto, que a categoria se mantém em estado de greve. Já os funcionários de Viracopos, em Campinas, decidiram manter a paralisação até o final do dia.

O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira, vai receber os representantes da categoria na manhã de quarta-feira (26) para iniciar a discussão. O motivo da mobilização é a rejeição dos trabalhadores quanto ao modelo de concessão já concluído, sem a participação dos funcionários da Infraero.

Além de defender o comando da própria estatal na manutenção dos 67 aeroportos brasileiros, os funcionários contestam a estabilidade de um ano, prevista no modelo de privatização aprovado pelo governo e os empresários do setor, além da possibilidade de sucateamento dos aeroportos. “Esperamos um acordo na próxima semana. Vamos ver o que é possível avançar, aguardamos uma resposta positiva (das negociações)”, disse o diretor do Sina Samuel Santos.

Para justificar a privatização, o governo alega falta de capacidade financeira da Infraero para novos investimentos. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que apoia a mobilização dos aeroportuários, repudia o argumento. “Existem outros mecanismos para aumentar a capacidade de investimento da Infraero, sem que tenha de haver privatização, como uma linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”, defende o presidente da central, Artur Henrique.

Com informações da Agência Brasil

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