Patah filia-se a PSD para partido de Kassab ‘ficar no centro’

Presidente da UGT, terceira maior central sindical do país, confirma que aderiu à legenda articulada pelo prefeito paulistano para aumentar a influência da central em decisões políticas

Patah filiou-se ao PSD, partido de Gilberto Kassab (Foto: Renato Araújo/ABr)

São Paulo – Nesta terça-feira (13), o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, confirmou sua filiação ao Partido Social Democrata (PSD), legenda articulada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM). A central sindical, com a terceira maior representatividade em todo o país, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, tem lideranças próximas ao DEM e ao PPS – motivo pelo qual é a única das seis centrais reconhecidas que não apoiaram a candidatura Dilma Rousseff à Presidência em 2010.

À Rede Brasil Atual, Patah declarou que era frequentemente abordado para filiação a diversos partidos, embora não revele quais. “Sempre recusei”, limitou-se a dizer. Por sua proximidade com o vice-presidente da República, Michel Temer, especulou-se que o PMDB tivesse cortejado o dirigente.

“Ainda sou de esquerda”, disse Patah, ao ser questionado sobre seu papel político a partir da filiação. Embora Kassab costuma definir o novo partido como “formado por radicais de centro”, tentando afastar-se de definições convencionais sobre a posição política entre esquerda e direita, o presidente da UGT mostra visão distinta. “Para o partido ficar no centro, precisa ter entidades da esquerda para contrabalançar a (parcela de lideranças de) direita”, reforçou. “Nós nos sentimos de esquerda.”

Em relação ao governo, Patah diz que apoiar ou não é uma questão relativa. “Eu vou ficar do lado dos trabalhadores”, frisou, referindo-se a bandeiras de luta que as centrais têm travado com o governo, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho. “Se isso for de esquerda, então somos de esquerda porque nossa vocação é essa”, concluiu.

Segundo ele, o convite do PSD foi aceito mais por razão institucional do que pessoal. “Se a UGT não tiver a capacidade de influir nas políticas públicas por meio de um partido político, todos os nossos pensamentos e reflexões vão morrer na praia”, ressaltou.

As negociações entre Patah e a legenda de Kassab foram feitas por Luiz Antônio de Medeiros (ex-PDT, PP, PTB, PFL e PR, rumo ao PSD), fundador da Força Sindical que atualmente é o secretário-adjunto de Trabalho da capital paulista.

Atualmente 1.004 sindicatos são filiados à UGT. O mais importante deles é o dos comerciários de São Paulo, presidido por Patah, que representa 470 mil trabalhadores.

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