Sem a CUT, centrais realizam mobilização unificada em São Paulo

Ato em conjunto é aposta para sensibilizar governo quanto a reivindicações

São Paulo – Cinco das seis centrais sindicais reconhecidas legalmente realizam ato conjunto nesta quarta-feira (3) em São Paulo. As organizações querem dar visibilidade às bandeiras do calendário unificado de reivindicações para o segundo semestre. A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e outras entidades se juntarão ao protesto.

Segundo a programação, os trabalhadores irão se concentrar pela manhã em frente à praça Charles Miller, no Pacaembu, e seguir à Assembleia Legislativa, após passar pela avenida Paulista. Na pauta, estão a redução da jornada máxima de trabalho de 44 para 40 horas semanais, regulamentação da terceirização, fim do fator previdenciário, direcionamento de 10% do equivalente a Produto Interno Bruto (PIB) para a educação e ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outros.

Das seis centrais, apenas a Central Única dos Trabalhadores (CUT) fica de fora da marcha. Participam a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Tema de discussão com o governo, as medidas para amenizar o risco de “desindustrialização” no país foram lembradas pelo presidente da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP). “Não se pode conviver com uma visão equivocada a respeito da abertura do mercado. Importar é necessário para o crescimento de uma nação, porém deve haver disciplina para que não ocorram problemas que atingem inúmeras indústrias brasileiras. A importação desenfreada está fechando muitas delas e causando desemprego”, defendeu. O item também será bandeira da manifestação.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força), Miguel Torres, aposta nas mobilizações para sensibilizar o governo. “A pauta trabalhista não defende questões exclusivas do movimento sindical. Ela está voltada para a sociedade e, nesse sentido, contempla propostas para um crescimento da economia com sustentabilidade e, consequentemente, para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e suas famílias”, ressaltou.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, acredita que a união das centrais aumenta a representatividade das organizações. “É importante nós da UGT participarmos, efetivamente, desse ato. Vamos às ruas de São Paulo munidos com nossas camisetas e bandeiras para exigir as melhorias que o Brasil e os brasileiros tanto necessitam.”