OMS decreta fim da pandemia de gripe suína, mas mantém alerta

Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou nesta terça-feira (10) o fim do alerta de pandemia de influenza A (H1N1) – gripe suína. Os especialistas advertiram que o […]

Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou nesta terça-feira (10) o fim do alerta de pandemia de influenza A (H1N1) – gripe suína. Os especialistas advertiram que o mundo entra agora na fase de pós-pandemia. A mudança de status foi causada por uma série de análises sobre riscos de contaminação feitas em vários países. A advertência é que o vírus Influenza H1N1 assume o comportamento da gripe sazonal e que não foi extinto.

No entanto, o fim do alerta de pandemia não deve levar à suspensão das atividades de vigilância e combate ao vírus, afirmam especialistas. Experiências anteriores indicam que é esperado que o Influenza H1N1 continue a circular como um vírus sazonal. Os grupos de risco incluem crianças, mulheres grávidas e pessoas com problemas respiratórios ou com doenças crônicas – como asma e diabetes.

Em entrevista coletiva concedida hoje, a diretora-geral da OMS, Margareth Chan, alertou que as pandemias têm características próprias, como a imprevisibilidade. “Como eu disse, as pandemias são imprevisíveis e propensas a oferecer surpresas. Não há duas pandemias iguais. Essa pandemia acabou sendo mais afortunada em relação ao que se temia há um ano”, disse ela.

Segundo Chan, a sorte contribuiu com a saúde mundial. “Desta vez fomos ajudados por pura sorte. O vírus não se transformou, durante a pandemia, em uma forma mais letal. A resistência generalizada ao oseltamivir (substância antiviral para o tratamento da nova gripe) não se desenvolveu. A vacina demonstrou ser uma boa forma de combate ao vírus circulante e mostrou ser um excelente perfil de segurança”, disse ela.

De acordo com a diretora-geral, a comunidade internacional contribuiu positivamente para evitar o agravamento da pandemia. “Graças à extensa preparação e apoio da comunidade internacional, mesmo em países com sistemas de saúde muito frágeis, foi possível detectar os casos e comunicá-los prontamente”, afirmou. “Se as coisas tivessem corrido mal, em qualquer dessas áreas, estaríamos numa situação muito diferente hoje.”

Neste período de pós-pandemia, foram localizados focos de magnitude diferentes que indicam níveis significativos de transmissão de H1N1. Há um alerta nos hemisférios Sul e Norte em decorrência de surtos da gripe supostamente causados pelo vírus Influenza H1N1. Também existem duas situações observadas, segundo a OMS, na Nova Zelândia e Índia. Os especialistas elogiaram as ações das autoridades sanitárias dos dois países que adotaram medidas de vigilância, detecção, além do tratamento rápido e de vacinação recomendada.

A OMS identificou que houve casos, incluindo os jovens saudáveis, de desenvolvimento de forma grave de pneumonia viral primária a partir da contaminação pelo Influenza H1N1. Segundo os especialistas, esse tipo de pneumonia exige um tratamento próprio e mais complexo. Eles não sabem, por enquanto, se o padrão vai mudar durante o período pós-pandemia. Por isso, há um alerta de necessidade de vigilância.

Paralelamente, os especialistas vão se basear em experiências anteriores para verificar que doenças podem ser causadas a partir do vírus Influenza H1N1. Serão observadas ainda as faixas etárias mais suscetíveis ao agravamento de uma doença, por exemplo. Em geral, eles afirmam que crianças e idosos são os principais afetados.

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