São Paulo – Apesar do provável anúncio, nesta quinta-feira (7), de sua saída do Partido Verde,  pelo qual concorreu à eleição presidencial em 2010, Marina Silva ainda conta com destaque na página do partido na internet. Oficialmente, o PV evita fazer referências às críticas dos dissidentes e não traz qualquer menção à iminente baixa da ex-candidata verde.

Contrários às posições tomadas pelo presidente da legenda, o deputado federal José Luiz Penna (SP), há 14 anos no posto, Marina e seus aliados dentro do partido se reúnem nesta quinta, em São Paulo, para o “Encontro por Uma Nova Política”. Entre os pontos discutidos estão caminhos para superar carências que os descontentes enxergan nas diretrizes atuais do PV.

Segundo interlocutores, Marina deve confirmar sua desfiliação. Além dela, espera-se a presença de Guilherme Leal (seu candidato a vice-presidente em 2010), os deputados federais pelo Rio de Janeiro Alfredo Sirkis e Fernando Gabeira, o empresário Ricardo Young, Fábio Feldmann (já desvinculado do partido), o deputado estadual Maurício Brusadin (SP), entre outras lideranças.

Procurado, Penna não aceitou conceder entrevista. A assessoria do deputado informou que ele lamenta que Marina Silva deixe o PV, mas não quer fazer qualquer manisfestação a respeito, por saber do fato apenas pela imprensa. O presidente da legenda classifica a saída da ex-senadora como um ato “unilateral”.

A assessoria comenta que outras consequências são esperadas do impasse, como a definição da nova executiva dos verdes em São Paulo. A composição do comando do PV paulista tem alguns integrantes pertencentes ao grupo de Marina e também manifestaram a intenção de saída. 

Impactos

A ex-senadora convidou, nesta quinta-feira (7), em seu perfil no Twitter, seus eleitores a acompanharem o encontro. “Quero te ouvir um pouco. O que é para você a #novapolitica? Vamos conversar sobre isso. Troque ideias com seus amigos, sua família”, escreveu no microblogue.

Outros verdes – como o deputado federal e presidente do diretório do PV no Rio, Alfredo Sirkis –, fizeram duras críticas à condução do partido por Penna. O grupo de Marina defende que a legenda precisaria ser mais aberta aos filiados e incluir outras propostas partidárias já sugeridas por Marina e o grupo dissidente. Depois de insistir nos debates, eles praticamente desacreditam que as mudanças sejam promovidas.

A saída de Marina pode representar uma redução da relevância do PV, já que a maior parte dos quase 20 milhões de votos obtidos no primeiro turno da disputa presidencial de 2010 estão, na visão de analistas políticos, mais associados à candidata do que ao partido.