Presidente da CUT diz que se reforma tributária não sair em 2011, não sairá mais

Artur Henrique classificou estrutura atual de injusta e regressiva

Artur: “Quem ganha menos deve pagar menos” (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Brasília – Após a participação em debate sobre reforma tributária, nesta terça-feira (17), na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, classificou a estrutura tributária brasileira como “injusta e regressiva” e ainda  enfatizou que se a reforma não sair esse ano “não sairá mais.”

Artur considerou a reunião como importante para a CUT expôr o conjunto de suas propostas. “Nós defendemos a garantia da progressividade dos impostos, ou seja, quem ganha menos deve pagar menos e quem ganha mais deve pagar mais, exatamente o contrário do que acontece hoje no Brasil,” afirmou.

Para ele, este é o ano crucial para reforma: “Se a reforma não sair este ano, não sairá nunca mais. Em 2011 não tem nenhuma eleição, então os parlamentares poderão tranquilamente votar temas que são de interesse público da sociedade brasileira,” defende.

Sobre as regras de cobrança de impostos, o presidente da CUT é a favor de uma inversão. “No Brasil, temos uma cobrança de impostos sobre o consumo, não sobre a renda e o patrimônio. Nesse caso um trabalhador que ganha dois salários mínimos, paga, proporcionalmente, mais carga tributária sobre o mesmo produto que um sujeito que tem uma renda trinta ou quarenta vezes maior que essa”, descreve.

Artur ainda defende que “as cobranças de impostos devem ser feitas sobre o faturamento das empresas e não sobre a folha de pagamento. Dessa forma, os privilegiados serão as empresas que tem mais contratações de mão de obra e geram mais empregos, onerando com maiores tributos as empresas que são pouco intensivas em mão de obra e mais intensivas em tecnologia,” analisa.

A CUT ainda defende a cobrança de impostos sobre grandes fortunas, afirmando que essa é uma prática comum na maioria dos países desenvolvidos do mundo. No Brasil, isso não acontece porque “os que possuem as grandes fortunas controlam parte dos meios de comunicação e são grandes financiadores de campanhas políticas”, diz Artur, que propõe a taxação a pessoas que possuem um patrimônio superior a R$ 2 bilhões ao ano.

O presidente da CUT afirmou que só será possível uma reforma tributária caso haja grande mobilização popular dos trabalhadores, dos sindicatos e das centrais, além de intensa participação da sociedade nas bases dos mandatos legislativos.

 

 

Leia também

Últimas notícias