Pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Soninha critica ação da PM na Marcha da Maconha

Ex-vereadora assume que vai disputar dentro do PPS candidatura ao Executivo municipal

São Paulo –  A reação da Polícia Militar (PM) à Marcha da Maconha, no sábado (21), em São Paulo, foi desmedida, analisa a jornalista e comentarista esportiva Soninha Francine, atual superintendente do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco). “As pessoas fugiram do confronto e, mesmo assim, foram perseguidas”, afirmou. 

Soninha considera compreensível a dificuldade dos policiais em lidar com multidões. Entretanto, defende que a PM faça uma “autocrítica” após cada atuação para detectar possíveis abusos. “A polícia tem de ter muita inteligência para localizar quem esteja destoando da manifestação ou que esteja incitando a violência e saber como agir sem disparar bala de borracha em direção a todo mundo”, frisa.

Ela também questiona ações em que a própria PM causa tumultos. “Que espécie de proteção é essa que a polícia está oferecendo quando ela desencadeia um tumulto? Quando ela provoca agressividade, onde a agressividade não estava presente. E quando ela estiver presente, a polícia brasileira precisa pensar melhor em adotar outros meios não letais de conter agressividade.”

Quando for necessário conter pessoas, a jornalista sugere o uso de jatos d’água no lugar de gás lacrimogêneo ou balas de borracha. Ela também pede que a polícia saiba usar energia sem brutalidade. “Chutar pessoa caída, dar borrachada nas costas, arrastar pessoas isso é violência, é brutalidade.”

Tabu

A decisão da Justiça paulista em proibir a marcha da maconha e a ação da polícia diante da marcha que foi transformada em protesto pelo direito de se manifestar são demonstrações de que a legalização da maconha continua tabu no país, analisa Soninha.

Até mesmo sua militância ainda é motivo de discriminação, diz. “Por que continua sendo tabu, pessoas que discordam de mim em algum tema, mesmo que não tenha nada a ver, como incentivo à circulação de bicicletas na cidade,  dependendo do grau de antagonismo vai dizer ‘essa maconheira não tem mais o que inventar’”, lamenta. “Ouço isso muitas vezes, aquela da maconha, aquela maconheira.”

Candidatura

Sobre a possibilidade de ser candidata ao governo municipal na capital paulista, em 2012, Soninha assumiu sua disposição em concorrer. “Eu gostaria muito de ser, cada vez mais nos últimos anos gostaria de trabalhar no setor público”, afirma.

Se confirmada sua candidatura, esta será a segunda tentativa de Soninha chegar à Prefeitura de São Paulo. Em 2008, ela disputou pelo mesmo partido e ficou em quinto lugar. De 2005 a 2008, a jornalista foi vereadora e em 2006, candidatou-se a uma vaga de deputada federal, mas também não se elegeu. Em 2007, deixou o PT para filiar-se ao PPS. Atualmente, integra a base de apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Apesar de seu desejo de concorrer à Prefeitura, a decisão sobre a candidatura vai depender de debate interno do PPS, informa. “A única pré-candidata dentro do PPS sou eu, mas precisa ter certeza de que o partido vai participar com candidatura própria. Falta confirmar, mas eu estou na área, se derrubar é pênalti”, brinca. De acordo com Soninha, o PPS decide as candidaturas próprias no dia 10 de junho, em Brasília.

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