Petista fica 12 horas em pé e não consegue protocolar CPI dos pedágios em São Paulo

Onze pedidos de CPIs, entre as quais do Sebo, evitaram a abertura da CPI dos Pedágios (Foto: Alesp/divulgação) São Paulo – No primeiro embate entre PT e PSDB na Assembleia […]

Onze pedidos de CPIs, entre as quais do Sebo, evitaram a abertura da CPI dos Pedágios (Foto: Alesp/divulgação)

São Paulo – No primeiro embate entre PT e PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), petistas esperaram 12 horas e foram impedidos de protocolar pedido de investigação dos pedágios em São Paulo. PT acusa partidários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de descumprirem regimento da Alesp para evitar investigações do governo estadual.

Segundo regimento, apenas cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) podem ocorrer na Casa Legislativa. A ordem de apresentação do pedido, com pelo menos 32 assinaturas, garante a abertura da comissão ou não.

A norma levou o PT a se posicionar às 7 horas da manhã em frente ao relógio de ponto de protocolo, com o intuito de apresentar um pedido de fiscalização dos contratos entre o governo e as empresas concessionárias das rodovias estaduais. O relógio fica dentro do plenário, onde o assessor da bancada petista, Salvador Khuriyeh, passou 12 horas desta quarta-feira (16) em pé aguardando o protocolo do documento. 

Petistas esperavam protocolar o documento pela manhã, mas foram surpreendidos pela informação de que não poderiam fazer o protocolo. A bancada do PT passou o dia aguardando uma justificativa do presidente da Alesp, eleito na terça-feira (15), Barros Munhoz (PSDB).

A surpresa maior foi descobrir que parlamentares da base de Alckmin teriam apresentado diversos pedidos de CPI. O protocolo dos documentos teria ocorrido fora do plenário, quando “algum assessor do partido teria garantido lugar na fila, na noite anterior”, dispara a bancada do PT.

Para o líder da bancada do PT, deputado Enio Tatto, o protocolo de um requerimento de CPI “é tão importante que houve disputa para ver quem chegava à frente no relógio”. “Desde que estou na Assembleia, sei que quem chega primeiro ao relógio de ponto protocola o pedido de CPI e quem chegou primeiro foi o assessor da Bancada do PT”, defendeu Tatto.

Pelo menos 11 solicitações de CPI, protocoladas pelo PSDB, impediram a criação da CPI dos pedágios pelo PT.

Tatto já vislumbra na atual legislatura, repetição da estratégia de obstrução do trabalho legislativo com “pedidos de CPI que não investiguem diretamente o governo estadual”.

“De forma sorrateira, o governo elaborou uma série de requerimentos para impedir um único pedido de CPI da oposição, com o objetivo de investigar um fato notório, que é o excesso de praças de pedágios instaladas nas rodovias e o valor extorsivo das tarifas”, criticou o deputado Antonio Mentor (PT).

Mentor questiona a importância dos deputados pedirem uma CPI do Sebo, por exemplo. “Os governistas apresentaram até pedido de CPI do Sebo, o que é uma vergonha para a Assembleia”, indignou-se o deputado, durante a sessão legislativa.