Marina sobre chuva: ‘Temos 20 anos de alerta, mas não fizemos adaptação’

  São Paulo – A senadora Marina Silva (PV-AC) considera que as medidas adotadas pelo governo Dilma Rousseff em relação às inundações na região serrana do Rio de Janeiro estão […]

 

São Paulo – A senadora Marina Silva (PV-AC) considera que as medidas adotadas pelo governo Dilma Rousseff em relação às inundações na região serrana do Rio de Janeiro estão no caminho certo, mas não deixa de criticar o trabalho em torno do tema.

Durante palestra na Campus Party, evento sobre tecnologia realizado na capital paulista, a política opinou sobre diversos assuntos, mas manteve foco no atual problema fluminense e em sua relação com a questão ambiental.  “Aos poucos, a Dilma vai construindo a forma de governar junto com os ministros, sem se esquecer da agenda ambiental”, disse, para em seguida acrescentar: “Entra ano e sai ano e esses problemas continuam acontecendo. É fundamental que seja uma ação integrada entre vários setores do governo federal e da comunidade cientifica. As pessoas também precisam ser ouvidas sobre o assunto”.

Na última semana, o governo editou medida provisória liberando R$ 780 milhões para os estados afetados pela chuva. A ideia é livrar de trâmites burocráticos a liberação de verba considerada emergencial. Marina considera um equívoco tratar desta maneira um problema que é recorrente na vida brasileira. “No Brasil, temos 20 anos de alerta de que íamos chegar ao momento de viver eventos extremos. Infelizmente, não estamos com uma agenda de adaptação à altura das necessidades que temos para os desastres que vão acontecer.”

Ao mesmo tempo, a candidata derrotada à Presidência em 2010 lembra que o Congresso está discutindo alterações no Código Florestal. O projeto relatado por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) reduz as restrições ao plantio em encostas de morros e anistia proprietários que desmataram além dos limites, entre outras alterações consideradas nocivas por defensores da preservação ambiental. Marina vê na aprovação do texto um sinal preocupante em relação à prevenção de tragédias e pensa que ocorrerá, na prática, a institucionalização do risco. “Ao permitir a regularização de áreas de risco, as mudanças previstas vão afetar as cidades, apesar de o relator da matéria negar isso.”