Grécia tenta freio ao mercado e promete submeter acordo da dívida a plebiscito

Decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou

Oposição conservadora grega faz coro à pressão de bancos e de outros países da zona do euro sobre o primeiro-ministro (Foto: © Thierry Roge/Reuters – arquivo)

São Paulo – O acordo firmado entre chefes de Estado para a moratória de parte da dívida da Grécia será submetida a plebiscito no país. A decisão foi anunciada pelo primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, na segunda-feira (31), colocando um freio na pressa do mercado financeiro e de bancos para uma definição sobre o tema. O acordo anunciado na semana passada inclui perdão de metade da dívida soberana grega, mediante perspectiva de cortes no orçamento público.

Segundo Papandreou, se o acordo “não for aceito (pela população grega), não será aplicado”. É o primeiro plebiscito em 47 anos. Ele ainda se submeterá a um voto de confiança no parlamento – o que significa que ele precisa mostrar que ainda tem maioria no Legislativo entre os 300 deputados.

Papandreou é ligado ao partido socialista Pasok, que detém 153 parlamentares. Ao mesmo tempo em que corre risco de ver derrotado o acordo negociado por quatro meses, a opção pela consulta popular é uma forma de tentar garantir respaldo após ter liberado o país do pagamento de 50% das dívidas. As medidas são recessivas e, justamente por causar ainda mais desaquecimento da economia, devem provocar desemprego e riscos de perdas de direitos sociais.

O líder da oposição conservadora na Grécia pediu, nesta terça-feira (1º) a convocação de eleições antecipadas, o que dispensaria o pedido do governo de um referendo sobre o acordo de resgate do país. “Eleições são uma necessidade nacional”, disse o líder da oposição, o conservador Antonis Samaras, depois de uma reunião com o presidente Karolos Papoulias. Samaras critica o fato de a consulta popular colocar em risco a permanência do país na União Europeia.

“Num momento em que o sistema político é alvo de ataques, é nosso dever mostrar o papel e o dever do cidadão sem intermediários, e isso é o referendo”, declarou o primeiro-ministro.

Com informações da Reuters e do OperaMundi

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