Governo da Grécia defende referendo, apesar de resistências do “mercado”

George Papandreou entrou na mira dos investidores após querer perguntar à população o que deseja (Foto: Yiorgos Karahalis. Reuters) São Paulo – O governo da Grécia manifestou nesta quarta-feira (2) […]

George Papandreou entrou na mira dos investidores após querer perguntar à população o que deseja (Foto: Yiorgos Karahalis. Reuters)

São Paulo – O governo da Grécia manifestou nesta quarta-feira (2) apoio à ideia do primeiro-ministro, George Papandreou, de realizar um referendo para consultar a população sobre o plano de corte de gastos imposto pela União Europeia como forma de tentar sanar as contas públicas do país, um dos mais afetados pela segunda fase da crise econômica internacional.

Para Papandreou, o referendo é a única saída para superar a resistência ao plano, que é extremamente impopular. Pelo pacote de austeridade, devem ser cortados salários, reajustados impostos e tarifas e demitidos funcionários públicos. Em reação ao pacote, houve várias manifestações em cidades gregas. “O referendo será um mandato claro e uma mensagem clara dentro e fora da Grécia sobre nosso percurso europeu e participação no euro”, disse Papandreou, segundo um comunicado divulgado por seu gabinete. “Ninguém será capaz de duvidar do percurso da Grécia dentro do euro”

Na terça-feira (1º), o chamado “mercado” pressionou contra a iniciativa porque teme que a população rejeite as medidas, o que significaria uma série de problemas para os mercados financeiros da zona do euro, mas poderia resultar positivo para a sociedade. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pretendem reunir-se com Papandreou na tentativa de demovê-lo da ideia de promover a consulta. 

O plano grego vem no mesmo formato do imposto a outras nações em dificuldades. O corte de gastos e de custeio social tem resultado em massivos protestos e em descrédito para os governos que os apresentam. Algumas nações, como o Brasil, duvidam do sucesso desta fórmula, acreditando que as políticas recessivas apenas aprofundarão os problemas, uma vez que, sem crescimento econômico, não há aumento da arrecadação. A presidenta Dilma Rousseff vai manifestar mais uma vez, durante a reunião do G-20, esta semana, na França, que a saída está em apostar na força do mercado interno e no poder da criação de empregos.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.

Leia também

Últimas notícias