Humala ignora era Fujimori e faz juramento à constituição do Peru de 1979

Carta Magna vigente no país sul-americano é de 1993, promulgada após o golpe de Estado protagonizado pelo ex-presidente

Lima (Peru) – Durante as solenidades de posse de Ollanta Humala como presidente do Peru, o juramento foi marcado por um “drible” e um recado claro. Se os peruanos aguardavam ansiosos pelo discurso do novo mandatário, o primeiro nome de esquerda eleito democraticamente, o primeiro sinal de mudança veio com a opção de Humala de prestar juramento à constituição de 1979, e não à vigente, promulgada em 1993.

No governo a partir de 1991, Alberto Fujimori deu um golpe de Estado – chamado por ele de “autogolpe” – no ano seguinte. O Congresso foi dissolvido e houve intervenção no Judiciário. Apenas em janeiro de 1993 é que o país voltou a ser regido por uma constituição. O texto de 1979 foi promovido quando o Peru vivia sob governos militares, com Morales Bermúdez como presidente.

Ainda assim, a constituição de Fujimori, que ainda vigora, dá mais poderes ao Executivo do que a anterior, elaborada um ano antes da volta de um presidente civil ao governo. A sinalização de mudança indica maior disposição ao diálogo e respeito ao Legislativo.