Obama anuncia a morte de Bin Laden no Paquistão

Quase dez anos depois do 11 de setembro, líder da rede Al Qaeda é alvo de operação do Exército dos Estados Unidos, no norte do Paquistão. Feito é trunfo para reeleição de Obama

Bin Laden, procurado número 1 do FBI, foi principal motivo para invasão do Afeganistão em 2001 (Foto: Reprodução)

São Paulo – O procurado número um do escritório de Inteligência dos Estados Unidos (FBI, na sigla em inglês) foi morto no domingo (1º), por uma operação militar em Abbottabad, a 150 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. O anúncio foi feito pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em pronunciamento de rádio e televisão na noite de domingo. Segundo ele, os oficiais mantiveram o corpo de Osama Bin Laden depois de terem-no matado.

O anúncio acontece menos de um mês depois de Barack Obama ter lançado sua campanha à reeleição presidencial, em 4 de abril. O combate à Al Qaeda e a perseguição a Bin Laden foram pontos centrais durante a corrida presidencial de 2008, que o levou à Casa Branca – em contraposição à prioridade dada então à presença no Iraque. O feito, com direito à apresentação do corpo, pode ser um trunfo político para reduzir desgastes em outras áreas do governo.

Bin Laden é apontado como principal nome da rede Al Qaeda que, durante os anos 1990 e 2000, assumiu ter promovido diversos atentados terroristas contra alvos variados. O principal deles ocorreu em 11 de setembro de 2001, quando aviões foram atirados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e contra o prédio do Pentágono, em Washington. Outros eventos semelhantes foram registrados em Madri, em 2004, e Londres, em 2005, além de inúmeras ocorrências em países africanos e do Oriente Médio.

“Nesta noite, posso relatar ao povo dos Estados Unidos e ao mundo, os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, um terrorista responsável por matar milhares de pessoas inocentes”, declarou Obama em seu pronunciamento. “Hoje, sob minha decisão, os Estados Unidos conduziram essa operação… Eles mataram Osama Bin Laden e mantiveram seu corpo sob custódia”, reforçou.

Para Obama, a morte “marca o maior feito até hoje” contra a rede Al Qaeda. “Devemos também reafirmar que os Estados Unidos não estão nem nunca estarão em guerra contra o Islã”, esclareceu. “Bin Laden não era um líder muçulmano, de fato, ele massacrou muitos muçulmanos”, diferenciou.

Segundo o pronunciamento, nenhum soldado envolvido na operação morreu. Os trabalhos estariam em andamento há nove ou dez meses, segundo informações da rede de TV Al Jazeera. A presença de Bin Laden no Afeganistão foi a principal justificativa para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas promovessem, desde 2001, uma ocupação àquele país.

A morte no vizinho Paquistão, se confirmada, poderia indicar que grupos do país estariam apoiando Bin Laden. Apesar disso, não há relatos de protestos ou manifestações contrárias à operação realizada em território paquistanês. Obama chegou a mencionar que a operação realizada teve apoio da agência de inteligência local e contou com apoio do governo de Asif Ali Zardari.

O ex-presidente George W. Bush, republicano que ocupava a Casa Branca em 2001, comemorou a notícia da morte, apesar de ter sido consuzida durante a gestão do democrata Obama. “A luta contra o terror segue, mas nesta noite a America (sic) enviou uma inequívoca mensagem: Não importa quanto tempo leve, a justiça será feita”, declarou.

Em Washington, capital dos Estados Unidos, um grupo de cidadãos norte-americanos celebraram a notícia em frente à cede do governo. Com bandeiras e palavras de órdem ufanistas, de exaltação da nação, eles disseram esperar a notícia há anos. Durante quase toda a gestão de Bush, a “Guerra ao Terror” foi a tônica da política externa do país.

Assista ao pronunciamento (em inglês):