Dieese: 96,5% dos reajustes salariais no 1º semestre ficaram acima da inflação

São Paulo – O Dieese apresentou hoje (30) o balanço das negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2012. De acordo com os números, 96,5% dos 370 reajustes analisados no […]

São Paulo – O Dieese apresentou hoje (30) o balanço das negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2012. De acordo com os números, 96,5% dos 370 reajustes analisados no estudo ficaram acima da inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE. Como 3% dos casos tiveram reajustes iguais aos da inflação medida no período, apenas 0,5% do total ficou abaixo do índice. 

O coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, ressaltou que os resultados do semestre são melhores do que os de 2010, que registrou o maior crescimento do PIB desde 1996. Naquele ano, o total de reajustes salariais superiores ao INPC chegou a 88,1%, contra os 96,5% dos primeiros seis meses de 2012, ano em que o PIB deve crescer em torno de apenas 2% (o crescimento em 2010 foi de 7,5%, o maior dos últimos 25 anos). O que mostra, segundo ele, que a expansão do PIB não é o fator determinante do bom desempenho dos reajustes: inflação baixa, estabilidade do mercado de trabalho, crescimento da massa salarial, que influencia as vendas, são outros fatores da equação.

“Nunca tivemos, como de 2004 para cá, na democracia brasileira recente, um período que combinasse democracia, participação institucional da sociedade de maneira tripartite, inflação estável e crescimento econômico”, diz Silvestre. “Todos esses fatores, aliados às lutas sindicais, têm proporcionado os ganhos reais dos trabalhadores.”

No setor industrial, 98,2% dos reajustes resultaram em ganhos reais para os trabalhadores. Com desempenho quase igual, o comércio chegou a 98,1%. Um pouco abaixo está o setor de serviços, com 94,2% dos reajustes acima da inflação. 

Dos 370 reajustes da pesquisa, 38,1% (141) são da região Sudeste e 25,9% (96) da região Sul. O Nordeste aparece no estudo com 21,1% (78) do total analisado, o Centro Oeste, com 8,6% (32), e o Norte, com 6,2% (23).