Crise externa fará país criar menos empregos do que o previsto em 2011

Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirma que estimativa de 3 milhões de postos de trabalho será diminuída em função da desaceleração da economia

Lupi revela que por conta dívida externa, o país deve criar menos empregos (Foto: Wilson Dias /Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O Brasil vai criar menos empregos do que previa o Ministério do Trabalho e Emprego por causa dos efeitos da crise econômica internacional. Embora a nova estimativa não tenha sido divulgada, o titular da pasta, ministro Carlos Lupi, avisou que a nova projeção, revisada para baixo, será divulgada na próxima semana. A informação foi apresentada nesta sexta-feira (9), no Rio de Janeiro.

“A tendência é que não seja tão bom quanto a gente esperava. Vai ficar um pouquinho menos (de 3 milhões)”, afirmou Lupi. A recessão na economia de países desenvolvidos é apontada como responsável pela revisão. As estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas durante o ano – para 2011 indicam desaceleração no ritmo.

Lupi defendeu a necessidade de mais medidas para favorecer o emprego na indústria – como “incentivos fiscais, desonerações e cuidar da concorrência desleal que temos com produtos importados” – e de redução na taxa básica de juros. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em 0,5 ponto percentual a Selic, atualmente em 12,0% ao ano.

Mesmo sem os números oficiais, Lupi disse que agosto foi um mês melhor do que julho em termos de emprego, com 140 mil vagas criadas, mas pior do que no ano passado. Em agosto de 2010, o país teve o melhor resultado para o mês em toda a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somando quase 300 mil novos empregos formais.

A indústria de alimentos e o comércio devem ampliar contratações para as festas de fim de ano apenas a partir de setembro. São esperadas ainda saldos maiores na agricultura do Nordeste, com plantação de cana-de-açúcar, além da construção civil.

Com informações da Agência Brasil