Invasão de Pinheirinho provoca protestos em diversas cidades

Manifestações criticam ações policiais, que tiveram o aval do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da cidade de São José dos Campos, Eduardo Cury

Protesto em Porto Alegre reuniu cerca de 200 pessoas (Foto: João dos Santos Silva/Conlutas)

São Paulo – Entidades da sociedade civil, estudantil e sindicatos protestam em diversas cidades do país em mobilização contra as ações policiais na favela do Pinheirinho, em São José dos Campos (a 97 km de SP), do último domingo. Os manifestantes denunciam a truculência adotada com os moradores do local, e criticam o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e do prefeito de São José dos Campos Eduardo Cury – ambos tucanos -, que permitiram a ocupação no local. Cerca de 1.600 famílias foram despejadas do Pinheirinho, segundo a prefeitura.

Em Porto Alegre, 200 militantes compareceram no início da tarde na Esquina Democrática, no centro da cidade, com cartazes, faixas e palavras de ordem contra o que chamaram de “barbárie” feita pela PM. “Alckmin tem as mãos sujas de sangue”, disse Thiago Aguiar, representante do Movimento Juntos, que acusou o governador e o prefeito do assassinato de uma criança de três anos durante a ação policial, que teve o aval dos administradores. Nenhum óbito foi confirmado pela PM.

Na cidade de São José dos Campos aproximadamente 500 pessoas percorreram as ruas do centro da cidade. Orientados pela Polícia Militar a fecharem as lojas pelo receio de confronto, comerciantes continuaram trabalhando normalmente em solidariedade aos moradores do Pinheirinho. Panfletos foram distribuídos à população para alertar sobre as denúncias feitas pelos moradores durante a ocupação de ontem.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também se juntou às mobilizações em São Paulo em protesto em frente ao Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador. Cerca de 350 pessoas chegaram a tomar a avenida Morumbi. Também em São Paulo, um grupo interditou no último domingo (22) a avenida Paulista no sentido Consolação entre as 18h e 20h. A manifestação foi convocada por meio de redes sociais e a concentração aconteceu no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Em Brasília, o prédio do Ministério da Justiça foi ocupado por militantes membros do MTST com o objetivo de pressionar o governo federal a envolver a Polícia Federal no caso, forçando assim a suspensão do despejo no Pinheirinho. Segundo a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), cerca de 150 pessoas estão no local.

Outras manifestações pontuais acontecem em Belo Horizonte, Teresina, Rio de Janeiro, Franca (interior de São Paulo), Curitiba, Londrina, Juiz de Fora, Guarulhos (Grande São Paulo), Fortaleza e Macaé (RJ).

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