Acampados do 15-O são proibidos de instalar barracas sob Viaduto do Chá

Nesta quinta (20), professora da PUC-SP levará turma de Antropologia para aula pública no local

O objetivo do respaldo manter seu “acampamento” é para poderem instalar barracas e estender faixas no local sem serem importunados pela Guarda Civil ou a PM (Foto: ©Rafael Nepomuceno Costa/ Flick)

São Paulo – Manifestantes do coletivo 15-O São Paulo tentam na Justiça respaldo para manter seu “acampamento” no centro de São Paulo. Nesta quarta-feira (19), um grupo protestou em frente ao Fórum João Mendes contra a decisão de uma juíza, que não atendeu a um mandado de segurança, pedido pelo coletivo. O objetivo é poderem instalar barracas e estender faixas no local onde estão concentrados, sob o Viaduto do Chá, sem serem importunados pela Guarda Civil ou a PM.

O grupo autointitulado de Ocupa Sampa está “acampado” desde sábado (15). O movimento é uma extensão das manifestações mundiais do chamado 15-O, que tomaram as praças e ruas, inspirados nos “indignados” espanhóis e na ocupação de Wall Street – para protestar contra o atual sistema político, social e econômico global.

“Cada país tem a sua singularidade, a nossa é pacífica, e com três princípios: a não violência, o consenso em todas as decisões, e o apartidarismo. Temos diversas pautas no contexto brasileiro, por exemplo, barrar a usina de Belo Monte, lutar pelo passe livre e pela garantia de aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em educação”, explicou uma das manifestantes, identificada apenas como Julia. 

A ativista diz que o protesto contra a decisão da juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública, tem a finalidade de sensibilizar o Judiciário sobre a necessidade de assegurar a liberdade de manifestação. “A prefeitura não nos autorizou a levantar barracas em nosso acampamento, por isso estamos dormindo ao relento em sacos de dormir”, criticou.

A juíza disse que, apesar de não se opor ao mérito do protesto, indeferiu a ação por considerá-la inconsistente. 

Aula de Antropologia da PUC vai ao ato

A professora Rita Alves, da turma de Antropologia VI da PUC-SP, ministrará aulas da disciplina abertas ao público nesta quinta-feira (20). As aulas serão oferecidas em dois turnos, às 9h30 da manhã e às 19h30, no local onde a manifestação está concentrada, sob o Viaduto do Chá. 

De acordo com a organização do curso, a proposta é levar a universidade ao encontro da movimentação política e, ao sair da sala de aula e ocupar um espaço público, “renovar a reflexão sobre a cultura contemporânea, objeto de estudos da disciplina. “A atividade é aberta, a universidade é aberta e os espaços públicos precisam ser ocupados”, diz a professora.

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