Ativistas miram bancos em protesto virtual contra Belo Monte

Em tuitaço, ativistas pedem paralisação de obras da usina. Alvo são instituições financeiras responsáveis pelo financiamento do empreendimento: 'Belo Monte: com meu dinheiro não!'

São Paulo – Um “ato mundial em 140 caracteres” promovido nesta quinta-feira (25) critica as obras da usina de Belo Monte. Ativistas e movimentos sociais fazem, no decorrer do dia, um tuitaço para divulgar os impactos ambientais e sociais da obra, O alvo principal do protesto virtual é o sistema bancário, o qual, segundo os ativistas, é o maior financiador da obra, principalmente o Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As hashtags – expressões que demarcam temas em manifestações em redes sociais como Twitter e Facebook – sugeridas são #PareBeloMonte e #BeloMonteNao.

O banco estatal, que prevê financiar 80% dos R$ 30 bilhões previstos para a obra, tem sido cobrado a aplicar contrapartidas sociais, ambientais e jurídicas na análise de pedido de empréstimos. Segundo os organizadores do protesto virtual, se aplicados esse critérios, o banco tornaria a usina inelegível para o recebimento de recursos.

É por se tratar de um banco estatal que “Belo Monte: com meu dinheiro não!” é um dos lemas. Além do BNDES, outros bancos, privados e públicos, também estão na mira, assim como empreiteiras, empresas e órgãos do governo envolvidos com a hidrelétrica.

Ao divulgar a iniciativa, foram sugeridos como “alvos” do poder público a Eletrobras, a presidenta Dilma Rousseff, o Blogue do Planalto, a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre empresas, a Vale Carreiras e a Camargo Correia são citadas. Os bancos criticados são Itaú, Banco do BRasil, Bradesco e Santander.

No último sábado (20), ativistas em pelo menos 30 cidades do mundo, promoveram atos contra a construção da hidrelétrica no rio Xingu. Planejada desde o fim da década de 1970, o projeto alcançou licença ambiental e o governo brasileiro realizou licitação para a obra. Desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na administração da atual presidenta Dilma Rousseff, a hidrelétrica é considerada fundamental para dar conta da demanda de energia elétrica crescente no país, porém, criticada por vários segmentos da sociedade.