Deputado do PV dispara contra Aldo: ‘Relator do Código Florestal precisaria ter equilíbrio e sensatez’

Para Alfredo Sirkis, episódio mostrou ao governo que relator é 'faccioso'

Para Sirkis, Rebelo fez uma “intervenção absolutamente histérica” (Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara)

São Paulo – “A relatoria de uma matéria deveria ser conduzida por um deputado equilibrado e sensato, diferente do que é o deputado Aldo Rebelo.” A crítica contundente ao deputado federal do PCdoB-SP é do também deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ). Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele condenou também as acusações feitas por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à ex-senadora Marina Silva e seu marido. O episódio ocorreu durante a votação do novo Código Florestal, na noite de quarta-feira (11).

Após a confusão causada pelo desentendimento entre o PT e o relator da matéria, em que se discutia a possibilidade de ter havido mudanças fora do consenso estabelecido entre Rebelo e o governo, o relator passou a atacar a ex-senadora. Ele disse que Marina e seu marido – o ativista Fábio Vaz de Lima – são processados por contrabando de madeira. Antes das falas do deputado, Marina, que estava presente à sessão, escreveu em seu perfil no Twitter que a nova versão do relatório final continuava “cheia de pegadinhas”.

Para Sirkis, a situação mostrou ao governo que o relator Aldo Rebelo é “faccioso”, ao “requentar” notícias que já foram apuradas e negadas, apenas para caluniar pessoas que nada têm a ver com o tema discutido. “Ele fez uma intervenção absolutamente histérica. Ontem (quarta-feira), no plenário, fez uma confissão de prevaricação. Se ele não tinha, ele estava ali dando prova de um destempero. Ele estava ali caluniando uma pessoa”, alfineta Sirkis.

Para o deputado verde, um relator habilidoso e sensato poderia construir um consenso entre ambientalistas e o setor de produtores rurais. “Não é impossível fazer isso”, destacou.

Desentendimentos

Apesar do tom das críticas, Sirkis considera pouco provável a possibilidade de levar o episódio à Corregedoria ou a outras instâncias dentro da Câmara. Sirkis considera que o clima de tensão no plenário impede esse tipo de encaminhamento.

“Eu mesmo chamei ele de canalha, traidor, o que não deveria ter feito, reconheço”, ponderou. Ele considera possível apenas a possibilidade de se abrir um processo por calúnia e difamação por parte de Marina Silva e seu marido, mas que nada ainda havia sido decidido.