STJ confirma afastamento de Witzel do governo do Rio
Por 14 a 1, colegiado referenda medida por suspeita de corrupção; governador nega atos ilícitos
Publicado 02/09/2020 - 21h34
São Paulo – Catorze dos 15 ministros da corte especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram manter o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por seis meses. O colegiado referendou decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, que na sexta-feira (28) deu liminar pelo imediato afastamento do governador eleito do cargo.
Witzel foi denunciado sob acusação de corrupção pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A suspeita é que ele tenha participado de um esquema de desvio de recursos públicos que seriam destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus.
A PGR acusa Witzel de ter recebido R$ 554,2 mil em propina por contratos firmados junto à secretaria fluminense de saúde.
Desafeto
Eleito com apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Witzel se afastou da família do presidente já no primeiro ano de mandato. Um dos motivos do desentendimento foi o desejo de Witzel de disputar a Presidência da República em 2022, o que irritou Bolsonaro.
• Witzel e Everaldo ‘vestiram a camisa’ de Bolsonaro em 2018
Com a decisão, o vice-governador Cláudio Castro (PSC), que tem se aproximado da família Bolsonaro, seguirá no comando do Rio de Janeiro. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Castro reafirmou “o compromisso de conduzir o estado com serenidade, diálogo e austeridade” e defendeu o direito de defesa de Witzel.
Por sua vez, o governador afastado disse, em seus perfis em redes sociais, respeitar a decisão do STJ, mas negou os crimes. “Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas reafirmo que jamais cometi atos ilícitos.”