Ampla maioria

STJ confirma afastamento de Witzel do governo do Rio

Por 14 a 1, colegiado referenda medida por suspeita de corrupção; governador nega atos ilícitos

Fernando Frazão/ABr
Fernando Frazão/ABr
Julgamento que confirmou afastamento de Wilson Witzel do cargo de governador do Rio, foi realizado pela Corte Especial do STJ, formada por 15 ministros com mais tempo de casa, de um total de 33.

São Paulo – Catorze dos 15 ministros da corte especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram manter o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por seis meses. O colegiado referendou decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, que na sexta-feira (28) deu liminar pelo imediato afastamento do governador eleito do cargo.

Witzel foi denunciado sob acusação de corrupção pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A suspeita é que ele tenha participado de um esquema de desvio de recursos públicos que seriam destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus.

A PGR acusa Witzel de ter recebido R$ 554,2 mil em propina por contratos firmados junto à secretaria fluminense de saúde.

Desafeto

Eleito com apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Witzel se afastou da família do presidente já no primeiro ano de mandato. Um dos motivos do desentendimento foi o desejo de Witzel de disputar a Presidência da República em 2022, o que irritou Bolsonaro.

Witzel e Everaldo ‘vestiram a camisa’ de Bolsonaro em 2018

Com a decisão, o vice-governador Cláudio Castro (PSC), que tem se aproximado da família Bolsonaro, seguirá no comando do Rio de Janeiro. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Castro reafirmou “o compromisso de conduzir o estado com serenidade, diálogo e austeridade” e defendeu o direito de defesa de Witzel.

Por sua vez, o governador afastado disse, em seus perfis em redes sociais, respeitar a decisão do STJ, mas negou os crimes. “Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas reafirmo que jamais cometi atos ilícitos.”

Redação: Fábio M. Michel


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