Operação Submersus

Polícia prende acusado de ocultar armas do crime que matou Marielle Franco

Bombeiro Maxwell Correia, acusado de esconder armas do crime, é amigo de Ronnie Lessa, preso pelo assassinato. Há 819 dias o Brasil e o mundo perguntam quem mandou matar Marielle e Anderson.

Reprodução/Bandnews
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Bombeiro Maxwell Correia teria ajudado Ronnie Lessa a esconder armas com que executou Marielle e Anderson

São Paulo – A Divisão de Homicídios e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam na manhã desta quarta-feira (10), um bombeiro acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Maxwell Simões Correa é denunciado por atrapalhar deliberadamente, junto a outras quatro pessoas, já denunciadas ao Judiciário, as investigações sobre as mortes. De acordo com os investigadores, o bombeiro foi um dos responsáveis por ocultar as armas usadas no crime. A ação faz parte da Operação Submersus 2.

Um policial militar não identificado também é alvo de busca e apreensão. São cumpridos um mandado de prisão e dez de busca e apreensão em dez endereços do Rio ligados a Maxwell e aos outros quatro investigados. Entre os locais de atuação das equipes está a comunidade da Vila Vintém, em Padre Miguel, na zona oeste do Rio de Janeiro. A decisão foi proferida pelo Juízo da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Maxwell Simones Correia é amigo do policial Ronnie Lessa, que está preso acusado de executar a vereadora e o motorista. Há 819 dias o Brasil e o mundo perguntam quem mandou matar Marielle e Anderson.

A primeira fase da Operação Submersus prendeu, em outubro do ano passado, Elaine Figueiredo Lessa e o irmão dela Bruno Figueiredo, mulher e cunhado de Ronnie Lessa. E também José Marcio Montavano, o Márcio Gordo, e Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca. Todos acusados de atrapalhar as investigações.

O governo de Jair Bolsonaro já tentou federalizar a apuração dos crimes, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o caso com a Justiça do Rio de Janeiro.

Operação Submersus

De acordo com as investigações, no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões de Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell, escondeu armas de uso restrito e acessórios de Ronnie. As possíveis provas estavam armazenadas em um apartamento no bairro do Pechincha e em locais ainda desconhecidos.

Correia agiu junto com os já denunciados Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas,

“O papel de Maxwell de obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar”. afirma o MPRJ.
 
A obstrução de Justiça prejudicou as investigações em curso e a ação penal deflagrada na ocasião da Operação Submersus. De acordo com o MPRJ, a tática frustrou cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão “de vasto arsenal bélico ali ocultado”. “A arma de fogo utilizada nos crimes ainda não foi localizada em razão das condutas criminosas perpetradas pelos cinco denunciados, cabendo ressaltar que Maxwell ostentava vínculo de amizade com os acusados dos crimes e com os denunciados Josinaldo Lucas Freitas e José Márcio Mantovano”, diz em nota o Ministério Público.


Redação e edição: Paulo Donizetti de Souza

Com informações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro


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