Infância perdida

Quase 3 milhões de crianças e adolescentes são casados no Brasil

Nível de casamento precoce no país está atrás apenas de Índia, Bangladesh e Nigéria. Bahia e Maranhão são os estados de maior incidência

Arquivo/EBC
Arquivo/EBC
Estudo indica que gravidez de meninas entre 10 e 14 anos de idade tem crescido no Brasil

São Paulo — O Brasil ocupa a quarta colocação no ranking mundial de casamento precoce de crianças e adolescentes, segundo a pesquisa “Tirando o Véu“, da Plan International Brasil, divulgada semana passada. O estudo aponta a evasão escolar, a gravidez precoce e a responsabilidade no trabalho doméstico como as principais consequências dessas relações. A pesquisa constatou que as meninas se casam com homens mais velhos, com maior instrução formal e melhores perspectivas econômicas. 

Quase 3 milhões de crianças são casadas no Brasil. O país está atrás apenas de Índia, Bangladesh e Nigéria. Bahia e Maranhão são os estados do Brasil onde os casos de casamento precoce e forçado estão fortemente relacionados. A pesquisa entrevistou 217 pessoas, entre meninos, meninas, educadores e homens adultos.

“A gravidez na adolescência se consegue reduzir na faixa etária das meninas a partir dos 16 anos, mas ela tem crescido na faixa etária entre 10 e 14 anos. Quando elas engravidam, elas deixam a escola, a gente vê impactada a capacidade de inserção no mundo do trabalho. E quando se dá a inserção, é sempre a partir do trabalho precário. A própria gravidez é um risco. As altas taxas de mortalidade materna e neonatal no Brasil está fortemente vinculada a gravidez na adolescência”, explica Viviana Santiago, Gerente de Gênero da Plan International Brasil, em reportagem de Beatriz Drague Ramos, na Rádio Brasil Atual.

Ouça a reportagem na íntegra

Leia também

Últimas notícias