Protesto por saúde

Indígenas Yanomami protestam contra falta de assistência médica em aldeias

Ação que impediu decolagem de aviões com servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena e do Ministério da Saúde pedia melhorias no atendimento básico

Bianca Paiva EBC/Reprodução

Para Luiz Ventura do Cimi, gestão tem sido afetada por interesses políticos que vem diminuindo conquistas sociais indígenas

São Paulo – Em protesto contra a morte de duas crianças e por melhorias no atendimento médico, um grupo de indígenas da aldeia Yanomami, em Roraima (RR), impediu no início desta semana que três aviões com 21 servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério da Saúde deixassem a região de Surucucu, em Alto Alegre, no norte do estado. Na terça-feira (18), as aeronaves que estavam detidas começaram a ser liberadas, mas as reivindicações dos indígenas permanecem. Eles cobram também a exoneração de Rousicler de Jesus Oliveira do cargo de coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami.

De acordo com o membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Luiz Ventura, em entrevista à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, o a morte das crianças foi o fator que desencadeou a ação, mas os Yanomami já vinham fazendo reivindicações. Ventura afirma que os indígenas não estão recebendo o atendimento básico de saúde e, por conta da falta de helicópteros, único meio de acesso às comunidades, os Yanomami já chegaram a ficar meses sem atendimento.

Para o membro do Cimi, os indígenas vêm perdendo o espaço conquistado na construção das políticas de saúde. “O que se percebe nos últimos tempos, aqui e em outros distritos do país, é como a ingerência de cunho político na gestão da Sesai, termina afetando e atingindo determinados espaços de controle social, que foram uma conquista dos povos indígenas”, argumenta.

Em nota, o Ministério da Saúde não informou as condições de negociação que garantiram a liberação das aeronaves das aldeias e descreveu apenas que participaram da negociação dois presidentes de entidades indígenas e um trabalhador do Desi Yanomani e da Sesai, do Ministério da Saúde.

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