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Epidemia de Zika ainda preocupa especialistas

Apesar da redução no número de casos, pesquisadores ligados ao tema alertam para a falta de investimentos em pesquisas e no acompanhamento a crianças que tiveram contato com o vírus

TVT/Reprodução

Especialistas apontam que a prevalência de casos no Nordeste ainda é uma questão que precisa ser respondida

São Paulo – Os principais pesquisadores do vírus da Zika no Brasil alertam que ele ainda é uma realidade preocupante no país. A advertência foi feita durante encontro realizado nesta sexta-feira (30) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Especialistas e representantes de associações de pacientes com a síndrome congênita do Zika denunciaram que, apesar da visibilidade à época em que os casos foram diagnosticados, ainda faltam investimentos em pesquisas e no atendimento de crianças que tiveram contato com o vírus. 

“O Zika não é uma página virada, ele não foi erradicado. O mosquito e de alguma forma o vírus estão aí, circulando pouco, mas ainda circulam. Não temos vacina e também não temos um teste sorológico adequado para fazer o diagnóstico daquelas mães que são casos assintomáticos”, analisa a pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Maria Elisabeth Nogueira. 

Segundo Maria e outros especialistas, ainda há muitas perguntas ligadas à doença que seguem sem respostas devido à falta de investimentos, como a prevalência do vírus na região Nordeste, a resistência de algumas crianças e o poder de transmissão sexual do vírus. A falta de recursos para o atendimento das crianças que desenvolveram a síndrome e no acompanhamento de uma parcela que teve o contato com o vírus, mas não desenvolveu a doença, também foi outro ponto destacado no evento.

Durante o evento, especialistas produziram uma carta com recomendações que será entregue a instituições governamentais e entidades da sociedade civil. A expectativa é que o documento seja uma espécie de guia com diretrizes e estratégias para o enfrentamento da doença. 

Assista à reportagem de Viviane Nascimento:

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