São Paulo – Em 1º de agosto, a gestão do prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), determinou a redução do horário de funcionamento de 11 serviços de atenção básica à saúde da população que funcionam no extremo sul da cidade. As unidades passaram a ter o horário de atendimento reduzido em duas horas, passando a fechar às 17h, e não mais às 19h. O horário do atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foi estendido na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), com o objetivo de garantir o acesso às pessoas que estão chegando do trabalho. A gestão Doria alega que essa mudança “não irá diminuir a oferta de serviços, uma vez que a grade de agendamento de consultas foi reformulada e não houve redução nas equipes”. 

Porém, não foi o que a RBA encontrou ao conversar com a população afetada pela medida. Muitas pessoas reclamaram que agora não conseguem mais pegar medicamentos, itens de saúde – como tiras de medição de glicose, preservativos – ou atendimentos como vacinação e orientação. A redução foi justificada por necessidade de economia. No entanto, a gestão Doria mantém congelados R$ 1,17 bilhão de um total de R$ 8 bilhões do orçamento da saúde municipal, equivalente a quase 15% da verba.

Outro problema é a constante queda no quadro de servidores da saúde municipal desde o início do ano. Em dezembro, no final da gestão Haddad, havia 13.033 médicos na rede, tanto da administração direta quanto de organizações sociais de saúde. O número caiu em todos os meses, tendo um pequeno aumento em maio, chegando a 12.733 médicos atualmente. São 300 profissionais a menos. Situação bem percebida pelas pessoas, que relatam haver apenas o profissional médico de Clínica Geral em muitas unidades.