EUA desaconselham fechamento de escolas por Gripe A

Exceção são escolas para grávidas ou pessoas com deficiência. Autoridades de saúde avaliam que benefícios da interrupção das aulas são menores do que os problemas causados pela medida

Imagem do vírus H1N1 no Microscópio (Foto: Reuters)

Washington – As novas orientações do governo dos Estados Unidos para a pandemia de influenza H1N1, divulgadas nesta sexta-feira (7), desaconselham o fechamento prematuro de escolas, a não ser que o vírus se torne mais perigoso.

“Nós sabemos agora que o fechamento de escolas não é a melhor opção na maioria dos casos”, disse a jornalistas o médico Thomas Frieden, diretor do Centro para Prevenção e Controle de Doenças nos EUA, em entrevista por telefone.

Se o vírus começar a espalhar-se mais rapidamente quando as aulas forem retomadas no país, neste mês e no próximo, as autoridades deveriam tentar outros meios para reduzir sua disseminação, tais como manter maior separação entre os estudantes e reforçar a higiene das mãos, segundo a nova orientação.

“Os benefícios em potencial de dispensar antecipadamente os estudantes da escola frequentemente são superados pelas consequencias negativas dessa medida, entre as quais deixar as crianças sozinhas em casa, falta de funcionários do setor da saúde que precisam ficar com os filhos, estudantes que perdem refeições e interrupção da educação estudantil”, diz a recomendação.

Escolas para mulheres grávidas e crianças com alguma deficiência são exceções, já que elas se enquadram no grupo de alto risco para a gripe. Cerca de 55 milhões de alunos frequentam 130.000 escolas públicas e privadas nos EUA e 7 milhões de pessoas trabalham nesses estabelecimentos, segundo o Departamento de Educação.

As escolas são campo fértil para infecções, mas os estudos científicos demonstraram que a suspensão das aulas apenas retarda uma disseminação inevitável, a não ser que sejam interrompidas por todo o ciclo.

“A decisão de dispensar estudantes deve ser tomada em nível local e deve pôr na balança a meta de redução do número de pessoas que ficam doentes ou morrem de influenza e a meta de minimizar a desorganização social”, diz o texto de orientação.

Maior espaço entre alunos

Estudantes doentes têm de ser enviados de volta para casa imediatamente, enfatiza o Centro. Os funcionários devem tentar maneiras inovadoras de separar os estudantes se a gripe se disseminar na escola — por exemplo, separando carteiras e evitando a mistura de classes.

O vírus da gripe A, H1N1, não pode ser detido, segundo a Organização Mundial de Saúde, que também desistiu de tentar elaborar uma estatística precisa do número de casos no mundo. “Ele continua a espalhar-se pelo mundo e continua a agir como foi o caso na primavera nos Estados Unidos”, disse Frieden. “Não se modificou num padrão em que seria mais perigoso.”

Especialistas consideram que na atual fase a pandemia está moderada, o que significa que o vírus pode matar e levar muita gente para o hospital, algumas vezes por semanas. Mas na maioria das pessoas a gripe é branda e elas ficam melhores com pouco ou nenhum tratamento.

No entanto, a maioria das pessoas parece não ter nenhuma imunidade ao H1N1, o que significa que mais gente provavelmente vai ficar infectada, em comparação com as gripes sazonais. Isso significa mais doentes e mortes apenas porque um número maior de pessoas contrairá o vírus. E a cepa poderia modificar-se a qualquer momento e assumir uma forma mais grave.

Fabricantes de vacinas começaram a produzir as primeiras remessas, mas as autoridades dos EUA não preveem deslanchar nenhuma vacinação pública antes de meados de outubro e não esperam que as pessoas com maior risco se contraírem o H1N1 – mulheres grávidas, pessoas com doenças crônicas, crianças e adultos jovens – sejam todas vacinadas até a primeira semana de dezembro.

Fonte: Reuters

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